“Estou cada vez mais entusiasmado com o futuro da TAP”
26 de nov. de 2019, 17:54
— Lusa/AO Online
Esta
declaração surge no dia em que o Jornal de Negócios noticia que a saída
do empresário da TAP está preparada para o primeiro trimestre do
próximo ano, estando a desenvolver contactos com a Lufthansa, British
Airways, Air France e United para o substituir. O
periódico, sem citar fontes, garante que esta saída está relacionada
com “o degradar das relações” entre Neeleman, o Estado e o seu parceiro
no consórcio Atlantic Gateway, que tem 45% da TAP, Humberto Pedrosa, bem
como com os "resultados negativos". “Hoje,
tal como em 2015, quando ninguém acreditava, estou cada vez mais
entusiasmado com o futuro da TAP”, afirma o empresário no comunicado,
sem fazer qualquer referência à informação hoje noticiada.“É
muito importante para Portugal que sejamos todos bem-sucedidos. A TAP
precisa de foco e os seus trabalhadores de paz para continuar a
implementar o que tem que ser feito, que é o melhor para TAP”, lê-se na
mesma nota, na qual afirma que “especulações e outro tipo de manobras em
nada ajudam a este extraordinário projeto tão relevante para Portugal”.O
empresário diz que, quando decidiu concorrer à privatização e estudou
“o potencial da TAP”, criou um plano estratégico, convidou um sócio
português e reuniu capital em conjunto com a Azul e seus acionistas para
poder dar um futuro à TAP.“Logo na
primeira semana sob a nossa gestão, pagámos cerca de 100 milhões de
euros de dívidas anteriores à nossa entrada e continuamos a fazê-lo.
Hoje, a TAP tem 245 milhões de euros em caixa, mais de três vezes o que
tinha na data da privatização”, garantiu o empresário. O
acionista da TAP adianta também que “a TAP tem acionistas privados
totalmente comprometidos com o plano de crescimento que tem vindo a ser
implementado”. “Eu pessoalmente em
conjunto com a Azul, empresa que eu controlo, acreditamos no futuro da
TAP e detemos hoje direitos equivalentes a mais de 70% dos direitos
económicos da TAP”, refere. No comunicado,
o empresário dá conta da evolução da TAP desde a privatização,
destacando o aumento de passageiros, da frota, de destinos, faturação e
contratações, entre outros. “Com todo este
investimento no crescimento os resultados para os acionistas não têm
sido tão rápidos como gostaríamos, mas estamos no caminho certo como
demonstra aliás a curva dos resultados trimestre após trimestre. Uma
nova frota muito mais eficiente e as novas rotas começam a produzir
resultados, como demonstram as contas do terceiro trimestre de 2019, em
que a TAP teve uma margem operacional acima dos seus pares europeus”,
garantiu. Ainda assim, a companhia aérea continua a registar prejuízos, que, até setembro, atingiram os 111 milhões de euros. O
Jornal de Negócios avança ainda que o Governo pretende usar esta
possível mudança acionista para negociar alterações na gestão da TAP e
nomear um administrador executivo, o que não acontece neste momento.