Estados Unidos regressam ao combate climático na cimeira de Haia
25 de jan. de 2021, 19:00
— Lusa/AO Online
A cimeira
arranca com discursos de vários líderes - como a chanceler alemã,
Angela Merkel, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, o
primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, o Presidente francês, Emmanuel
Macron, o comissário europeu, Frans Timmermans e o
vice-primeiro-ministro chinê,s Han Zheng - que trocarão experiências e
ideias sobre medidas para adaptar o planeta às mudanças climáticas.O
discurso de Kerry deve esclarecer as intenções de Washington na
estratégia de luta contra o aquecimento global, através de uma mensagem
que lhe dará a oportunidade de assumir a liderança na luta climática,
após o ex-Presidente Donald Trump ter optado por uma política de negação
e de ter abandonado o Acordo de Paris, em novembro passado.A
ministra holandesa de Gestão da Água, Cora van Nieuwenhuizen, dará
início à cimeira com um discurso em que destacará os “novos desafios” -
como incêndios florestais, secas e inundações.Os
objetivos da Cimeira da Adaptação ao Clima são estabelecer planos e
soluções práticas para serem aplicados na próxima década, como o
desenvolvimento de lavouras resistentes à seca, a proteção do solo
contra a elevação do nível do mar ou a introdução de sistemas de alerta
precoce para detetar a chegada de condições climáticas extremas.A
conferência integra atividades que serão realizadas ao longo de 24
horas, para cobrir todos os fusos horários e para que todos os países
possam participar, embora - ao contrário de outras conferências como a
COP26, que será realizada no final do ano, em Glasgow – esta cimeira
inclua empresas, organizações não-governamentais, Fundo Monetário
Internacional (FMI) e Banco Mundial.Um
relatório do Centro de Adaptação ao Clima, que será discutido na
cimeira, revela que muitos mais investimentos serão necessários para
adaptar países e comunidades às consequências das mudanças climáticas,
com um custo estimado de cerca de 300 mil milhões de euros, cinco a dez
vezes mais do que os estados prometeram gastar até agora.Na
véspera da cimeira, o ex-secretário-geral da ONU Ban Ki-moon lembrou
que “não há vacina para consertar a nossa mudança climática” e alertou
que este fenómeno “está a ocorrer agora e muito rapidamente”, pelo que
deve ser colocado antes das políticas de “adaptação” e “mitigação” do
aquecimento global.