Estados Unidos incluem mais 77 empresas e instutições chinesas em "lista negra"
19 de dez. de 2020, 22:26
— AO Online/ Lusa
Em comunicado, divulgado na sexta-feira, o gabinete de Indústria e Segurança do Departamento do Comércio norte-americano indicou que incluía a SMIC (Semiconductor Manufacturing International Corporation), na chamada "Lista de Entidades" "para proteger a segurança" dos Estados Unidos (EUA) e pelos alegados vínculos com o exército chinês."Não permitiremos que tecnologia avançada dos EUA ajude a construir as Forças Armadas de um adversário beligerante de forma crescente", disse o secretário do Comércio norte-americano, Wilbur Ross.O responsável destacou os alegados vínculos entre a SMIC e as Forças Armadas chinesas. A "SMIC ilustra perfeitamente os riscos de que a China faça uso da tecnologia dos EUA para apoiar a sua modernização militar", indicou.O Departamento do Comércio explicou ter acrescentado 77 entidades à lista por "ações contrárias à segurança ou a interesses políticos externos dos EUA"."Isto inclui entidades na China que permitem abusos dos direitos humanos, entidades que apoiam a militarização e reivindicações marítimas ilegais no mar do Sul da China, entidades que adquiriram bens dos EUA para apoiar programas do Exército de Libertação Popular, e entidades e pessoas envolvidas no roubo de segredos comerciais dos EUA", enumerou.Wilbur Ross sublinhou ter incluído a fabricante de aparelhos não tripulados ('drones') DJI por permitir a vigilância de alta tecnologia na China, considerado pelo Departamento do Comércio como um "abuso dos direitos humanos".Na lista foram ainda incluídas várias construtoras, como a China Communications Construction Co., por contribuir para militarizar território disputado no mar do Sul da China.Washington também acrescentou à lista várias universidades em Pequim, Nanjing e Tianjin, que acusou de terem roubado segredos comerciais ou "adquirir e tentar conseguir artigos originais dos EUA para apoiar programas do Exército de Libertação Popular".A inclusão na "Lista de Entidades" transformou-se numa das ferramentas preferidas da Administração do Presidente norte-americano, Donald Trump, na batalha comercial contra a China. Atualmente, aquela lista conta mais de 300 empresas, organizações e instituições do gigante asiático.No passado, o Departamento do Comércio norte-americano usou esta lista contra a empresa de telecomunicações Huawei e contra entidades relacionadas com alegados abusos dos direitos humanos contra os uígures na província de Xinjiang, de maioria muçulmana.