Estados Unidos defendem manutenção da Grécia na Zona Euro

8 de ago. de 2013, 12:16 — Lusa/AO online

“O Governo sempre soube que é totalmente do nosso interesse que a Grécia se mantenha como um país sólido da Zona Euro” , disse Joe Biden ao jornal Kathimerini numa entrevista publicada hoje em Atenas, no mesmo dia em que o primeiro-ministro grego Antonis Samara realiza uma visita oficial a Washington. Biden afirmou que os gregos “fizeram grandes sacrifícios” ao longo dos últimos quatro anos devido às medidas de austeridade, na sequência do resgate financeiro por parte do Fundo Monetário internacional (FMI), Banco Central Europeu e União Europeia. O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, recebe hoje na Casa Branca, em Washington, o chefe do executivo grego que, segundo fontes da administração norte-americana citadas pela EFE, vai reiterar o apoio às reformas em curso no “sentido da promoção do regresso à prosperidade” no país. De acordo com fontes da Casa Branca, a visita de Samaras vai sublinhar o “vigor das relações entre os Estados Unidos e a Grécia” e vai servir para “continuar o apoio” dos Estados Unidos aos esforços de Atenas para reformar a economia. Trata-se da primeira visita de Samaras a Washington desde que assumiu o cargo de primeiro-ministro, em 2012. Além das questões eminentemente relacionadas com a crise económica, Obama vai abordar “assuntos de interesse comuns”, incluindo a cooperação na área da defesa, assim como o Tratado Transatlântico de Comércio e Investimento (TTIP, na sigla em inglês) entre os Estados Unidos e a Europa. Ainda segundo fontes da Casa Branca, os dois países vão discutir assuntos relativos à Aliança Atlântica, matérias antiterroristas, as perspetivas de um acordo no Chipre e a evolução da situação no norte de África e na Síria. Após o encontro com Obama, o chefe do executivo grego desloca-se a Nova Iorque, onde prevê encontrar-se com o presidente da Câmara da cidade, Michael Bloomberg, além da reunião prevista com o secretário-geral da ONU. Durante uma breve visita a Atenas em julho, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Jack Lew, elogiou os esforços que estão a ser levados a cabo na Grécia para a recuperação económica, tendo-se referido “às difíceis decisões” adotadas nos últimos anos pelo Governo de Atenas. Na altura, Lew reuniu-se com Samaras e com Yannis Sturnaras, o homólogo grego, para a análise do programa de resgate financeiro do Governo grego. O executivo grego evitou referir-se aos detalhes do encontro com o secretário norte-americano do Tesouro, sobretudo sobre as questões relacionadas com o défice financeiro grego previsto para 2014, um assunto que interessa aos Estados Unidos. Ao que tudo indica, os Estados Unidos defendem a tese do Fundo Monetário Internacional acerca da aprovação de uma nova ajuda à dívida grega, uma posição que tem sido contrariada pela Alemanha. A Grécia enfrenta o segundo programa de resgate internacional, tendo os países da Zona Euro e o FMI aprovado uma nova ajuda de 6.800 milhões de euros à Grécia, mas o pagamento está fracionado em três fases que se vão prolongar até ao outono para fazer vincular os pagamentos às medidas e reformas previamente acordadas. A nova visita da “troika” a Atenas está prevista realizar-se no outono para que venham a ser determinadas as novas necessidades de financiamento, apesar de Samaras já ter manifestado estar “convencido” de que as contribuições dos gregos às finanças vão ser maiores do que no passado e que, por isso, não vão ser necessárias “medidas restritivas adicionais”. Em setembro, o Governo grego deve apresentar aos credores internacionais a lista dos 12.500 funcionários públicos que vão ser incluídos no esquema de mobilidade, uma situação que está a provocar uma forte oposição sindical.