Estado “deve fazer mais” no reforço de meios das forças de segurança
20 de jan. de 2020, 16:33
— Lusa/AO Online
"Nesta área [forças
de segurança] acho que é preciso fazer mais. Naquilo que tem a ver com
os recursos humanos das forças de segurança e os meios, não, não é
suficiente. O Estado deve fazer mais, também aqui na Região Autónoma dos
Açores", afirmou Vasco Cordeiro, no final de uma audiência com o
comandante operacional da Guarda Nacional Republicana (GNR), Nuno Pires
da Silva, em Ponta Delgada.Destacando que
existe "efetivamente a necessidade de serem reforçados os meios", Vasco
Cordeiro assinalou que "faz falta concretizar" essa medida, sobretudo ao
nível de recursos humanos, uma vez que "as funções do Estado" precisam
de passar da palavra à ação. "Aquilo que é
apregoado muitas vezes e referido quanto às funções do Estado faz-se
não apenas com palavras. Faz-se com meios, sejam eles recursos humanos
ou recursos técnicos e efetivos", apontou. Na
semana passada, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita,
anunciou na Assembleia da República o recrutamento de 10 mil elementos
para as forças e serviços de segurança. Em
abril de 2018, Eduardo Cabrita avançou que iriam ser colocados na
região cerca de 40 elementos na Polícia de Segurança Pública (PSP). "Tem
havido algum reforço, tem havido meios que têm sido dirigidos para cá,
também de recursos humanos. Mas, não têm sido, no fundo, exatamente
iguais àquelas que têm sido as necessidades", reconheceu o presidente do
executivo açoriano, defendendo que as funções do Estado se fazem “com
gente”. Vasco Cordeiro frisou que o
Governo Regional atribuiu 200 mil euros para o reforço dos equipamentos
da GNR e que estão em curso obras para recuperação de instalações na
ilha da Graciosa, destacando que "ficou acordado com o Governo da
República" que a região se dirigia para "a questão das instalações",
enquanto ao Governo da República competia o reforço do pessoal. "A
região já vai para além daquilo que, se calhar no plano estritamente
das suas obrigações, deveria ir. E a questão dos apoios às instalações e
aos equipamentos é um desses exemplos. É preciso também que da parte do
Estado haja essa ação e, no fundo, essa concretização", apontou. Na
ocasião, o comandante operacional da GNR, que se encontra na região
para presidir à cerimónia das comemorações do Dia do Comando
Territorial, avançou que um dos aspetos discutidos com o presidente do
Governo Regional foi a extensão aos Açores do sistema integrado de
vigilância do controlo costeiro, já implementando no continente. "Nesse
aspeto [com a implementação do sistema], julgo que poderemos melhorar o
desempenho e garantir uma maior segurança aos açorianos", assinalou
Nuno Pires da Silva.Vasco Cordeiro também
foi questionado sobre as expectativas face ao novo líder da oposição nos
Açores, tendo o presidente do Governo referido que espera que José
Manuel Boleiro (confirmado como novo presidente do PSD/Açores no
congresso do passado fim de semana) possa "desempenhar bem o seu papel".
"Espero que possa desempenhar bem o seu
papel, porque desempenhando bem o seu papel, como todos os partidos
políticos, estará também a contribuir para a região autónoma dos Açores,
para a nossa vida coletiva, para o nosso desenvolvimento", considerou.