Estado assumirá responsabilidades pelas vítimas de Pedrógão Grande
18 de out. de 2017, 15:33
— Lusa/AO online
"Do resultado do relatório da Comissão Técnica
Independente nomeada pelo parlamento é inequívoco que em diversos
momentos e circunstâncias houve falhas graves dos serviços do Estado.
Portanto, cumpre ao Estado assumir as responsabilidades perante as
vítimas de Pedrógão Grande", declarou o primeiro-ministro.António
Costa falava na abertura do debate quinzenal na Assembleia da
República, após uma intervenção inicial do deputado socialista Na
sua intervenção, o primeiro-ministro voltou a defender a necessidade de
um consenso político alargado em relação às medidas a tomar para
prevenir novos incêndios florestais com consequências trágicas,
sustentando que agora "é hora de agir"."Já disse que o que
importa fazer é transformar em programa de ação as conclusões que
constam do relatório da Comissão Técnica Independente" sobre os
incêndios de junho, razão pela qual foi convocado um Conselho de
Ministros extraordinário para o próximo sábado.De acordo com António Costa, "agora a pergunta não é o que fazer, mas agir"."Espero
que o consenso que se gerou nesta Assembleia da República em torno da
iniciativa do PPD/PSD para constituir a Comissão Técnica Independente
possa suportar também um consenso alargado quanto às medidas que esta
comissão propõe que nós adotemos", afirmou.Na perspetiva de
António Costa, após os trágicos incêndios ocorridos em Pedrógão Grande
(distrito de Leiria) e no domingo passado, "cumpre ao Governo retirar
consequências daquilo que foi estudado, de forma a criar condições
estruturais para que aquilo que aconteceu não volte a acontecer"."Depois
deste Verão nada pode ficar como antes. Seria intolerável e a forma de
honrar efetivamente com atos e não com palavras quem sofreu, sofre e
sofrerá é fazendo aquilo que falta fazer", acrescentou.As
centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do
ano segundo as autoridades, provocaram pelo menos 41 mortos e cerca de
70 feridos (mais de uma dezena dos quais graves), além de terem obrigado
a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito
em dezenas de estradas. Esta é a segunda situação mais grave de
incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, em junho, em
que um fogo alastrou a outros municípios e provocou 64 mortos e mais de
250 feridos.