Esperanças olímpicas concluem encontro com dever cumprido para preparar o futuro
23 de jan. de 2023, 13:07
— Lusa/AO Online
Durante dois
dias intensos, que envolveram várias atividades como educação olímpica,
integridade, nutrição ou combate à dopagem, testes de avaliação e
controlo do treino, ou palestras das medalhadas olímpicas Patrícia
Mamona e Telma Monteiro, os atletas receberam dicas para potenciarem o
seu desenvolvimento e o caminho até aos Jogos.A
canoísta Beatriz Fernandes, medalha de ouro em C1 200 metros e em C1 de
distância longa nos Mundiais juniores de velocidade e de maratona,
respetivamente, salientou à Lusa a relevância desta iniciativa,
organizada pelo Comité Olímpico de Portugal (COP).“Este
tipo de iniciativas permite-nos perceber que temos instituições do
nosso lado, que nos apoiam, que nos estão a reconhecer de alguma maneira
e que nos conseguem levar para a frente”, realçou a jovem, natural de
Ponte de Lima, com 18 anos de idade.Mesmo
tendo este encontro nacional como objetivo as participações nos Jogos
2028 e 2032, Beatriz Fernandes pretende estrear-se no maior evento
desportivo do mundo já em Paris2024, face aos resultados obtidos em
2022, que alimentaram essa esperança.“Sei
que é um objetivo muito difícil, mas quero tentar um apuramento neste
ano que vem ou no próximo, dependendo como esteja a minha forma. Se não
conseguir, tenho de continuar a trabalhar para os próximos, mas tenho
Paris2024 em mente”, assumiu.Beatriz
Fernandes encontra-se entre as nomeadas para o galardão de jovem
promessa da Confederação do Desporto de Portugal, assim como a judoca
Fábia Conceição, que também marcou presença no Jamor e hoje ouviu a
referência do judo Telma Monteiro.“[A
Telma] Faz-me querer ser melhor e também alcançar, como ela, grandes
feitos no judo, para também ter o meu destaque”, expressou à Lusa,
afirmando que tem como principal objetivo “trabalhar muito, ter um
grande espírito de sacrifício e não desistir”.Medalha
de bronze nos Jogos Olímpicos da Juventude Europeia e medalha de ouro
na Taça da Europa de juniores, em Poznan, Fábia Conceição recebeu,
durante o encontro, informações que lhe permitem melhorar a sua
performance na fase inicial da carreira.“Foi
muito importante porque nos foram dadas informações que, pelo menos eu,
não tinha conhecimento, de nutrição, psicologia ou comunicação. É
sempre bom e ficamos com maior perceção para sermos melhores no futuro”,
entendeu a judoca, de 18 anos.Tiago
Berenguer, campeão europeu de sub-15, e Santiago Batalha, que conquistou
os Internacionais de Portugal para juniores, são duas esperanças
olímpicas em badminton e destacaram à Lusa a vontade em mudarem o rumo
da modalidade no país, de forma a que seja mais reconhecida e ganhe mais
tradição com medalhas a nível internacional.“Gostava
de atingir os Jogos, mas também expor a minha modalidade a nível
europeu e mundial. Não temos grande tamanho nacional, somos um desporto
mais secundário. Gostava de mostrar que o badminton é um desporto onde
conseguimos chegar muito longe nas competições e que podiam apostar mais
em nós”, atirou Santiago Batalha.Já Tiago
Berenguer, natural da Madeira, frisou o mesmo do colega de Peniche:
“Não somos uma modalidade com muitas tradições olímpicas, mas, nos
últimos anos, temos conseguido garantir as nossas participações em Jogos
e também quero fazer história”.Marco
Alves, chefe de missão em Tóquio2020, também relevou a importância deste
encontro de esperanças olímpicas, que permitiu aos atletas e
treinadores aprenderem e partilharem “exemplos e experiências com outras
modalidades”, com a intenção de “reforçar laços entre modalidades e do
apoio a áreas de treino com estas interações”.“[Disse-lhes]
Para se prepararem para aquilo que não sabem que vai acontecer. Uma
coisa é ser surpreendido, outra é estarmos à espera de que algo
diferente vai suceder. Os Jogos são essa diferença, não são um
campeonato do mundo ou da Europa, não são só os atletas da modalidade
deles, são os melhores do mundo, uma aldeia olímpica e uma gestão do dia
diferente do que estão habituados”, sublinhou à Lusa Marco Alves.A
perspetiva destes jovens atletas poderem vir a integrar uma missão
portuguesa aos Jogos Olímpicos possibilita a preparação antecipada para
esse objetivo e “deixar uma semente para que queiram ainda mais
tornarem-se mesmo atletas olímpicos”, frisou.