Especialista critica falta de fiscalização de reserva marinha em Santa Maria
16 de set. de 2022, 11:05
— Lusa/AO Online
Numa
mensagem divulgada, a especialista avisa que aquele “pequeno monte
submarino junto à costa da ilha” de Santa Maria "ainda não está
protegido”, apesar de registar uma "incrível diversidade de grandes
pelágicos”.Alice Soccodato realça que a
“diversidade” de espécies, como os tubarões-baleia, jamantas, atuns,
leões, barracudas, golfinhos e baleias faz da Baixa do Ambrósio “uma
singularidade para as águas europeias”.“As
regulações estão sujeitas às pequenas autoridades locais sem bases
científicas e económicas para os esforços eficientes de conservação e
valorização dos recursos marinhos”, escreve a cientista.Alice
Soccodato alerta que naquela área marinha, bastante frequentada por
mergulhadores, “não existe nenhuma restrição completa”, nem
“fiscalizações aos barcos de pesca”.“Podes
estar a mergulhar no oceano com o motor de um barco de pesca a menos de
10 metros da tua cabeça num lugar sujeito a fortes correntes
repentinas”, lê-se na mensagem.A
especialista defende que essas situações são “inaceitáveis” para um país
que pretende criar a “maior área protegida do oceano atlântico” e pede
um “programa sério e consistente que inclua atores científicos,
empresariais e políticos” para proteger a biodiversidade marinha.“Os
líderes políticos e económicos locais de Santa Maria estão cegos para a
importância da indústria do mergulho para esta pequena ilha, onde não
há uma alternativa consistente de receitas, nem mesmo nos serviços
turísticos”, condena.A Baixa do Ambrósio
está localizada a cerca de 40 minutos da marina de Vila do Porto, em
Santa Maria e é um dos locais de mergulhos mais visitados dos Açores.