Espanha vai começar por vacinar utentes e pessoal de lares de idosos
Covid-19
24 de nov. de 2020, 15:30
— Lusa/AO Online
O Conselho de Ministros espanhol
aprovou o Plano de Vacinação Covid-19, que estabelece que os
residentes e o pessoal de saúde dos lares e centros com pessoas
dependentes serão os primeiros a serem vacinados quando chegarem as
primeiras doses da vacina, a partir de janeiro de 2021, revelou Salvador
Illa em conferência de imprensa.O
primeiro-ministro espanhol, o socialista Pedro Sánchez, já tinha
avançado na sexta-feira que o objetivo do executivo era ter "uma parte
muito substancial" da população espanhola vacinada, "com todas as
garantias", no primeiro semestre de 2021.Segundo
o ministro da Saúde espanhol, os grupos de pessoas a vacinar foram
definidos de acordo com quatro níveis de risco: morbilidade (relação
entre o número de casos de uma doença e a população exposta a adoecer) e
mortalidade graves; grau de exposição à doença; impacto socioeconómico;
e taxa de transmissão.O plano divide em
três as fases de vacinação gratuita e voluntária, dependendo da
disponibilidade das vacinas: uma "oferta inicial muito limitada" de
doses, de janeiro a março, que irá em primeiro lugar para o pessoal de
saúde e auxiliar, os idosos e os deficientes, e para o resto do pessoal
de saúde e outros grandes dependentes.A
segunda fase será prolongada de março a junho e aumentará a vacinação
"progressivamente" e a terceira e última fase imunizará todos os 18
grupos populacionais abrangidos, que Salvador Illa não especificou,
limitando-se a afirmar que “serão anunciados oportunamente".De
acordo com o ministro espanhol, a ordem de prioridade foi decidida com
base em "critérios científicos, éticos e legais" num quadro em que
prevalecem princípios tais como igualdade, necessidade, equidade,
proteção da deficiência e benefício social.Salvador
Illa recordou que a Comissão Europeia acaba de fechar um acordo de
compra antecipada com a Moderna, que se junta aos concluídos com a
Sanofi, a Janssen, a Astrazeneca, a Pfizer e a BioNTech, estando ainda
Bruxelas também a negociar com a Novavax e a Curevac.As
vacinas propostas pela Moderna, Astrazeneca e Pfizer estão neste
momento a ser analisados pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e,
no total, a Espanha pretende atingir 140 milhões de doses com estes
contratos, o que serviria para imunizar cerca de 80 milhões de cidadãos.Em
relação à logística para realizar a vacinação, o responsável
governamental insistiu que Espanha tem um "sistema robusto" para vacinar
e, apesar das dificuldades que "a priori" podem apresentar vacinas como
a da Pfizer, que requer ser mantida a -80 graus centigrados, garantiu
que "estas questões já estão resolvidas ou em vias de serem resolvidas".A
estratégia hoje aprovada, além de estabelecer uma ordem de prioridade,
prevê a implementação de um registo de vacinação específico para a
covid-19, estando ainda a ser preparada uma estratégia de comunicação
para os trabalhadores de saúde e a população em geral.