Espanha recebe 16 pessoas da Faixa de Gaza em situação médica problemática
25 de jul. de 2024, 11:19
— Lusa/AO Online
Os
doentes têm estado internados no Egito, nos últimos meses, depois de
terem sido retirados da Faixa de Gaza, informou a OMS, em comunicado.
São uma pequena porção dos milhares de crianças e adultos que precisam
de acesso a cuidados médicos especializados fora da Faixa de Gaza. “Estas
crianças muitos doentes [mais a mãe de uma delas] vão ter os cuidados
de que precisam, graças à cooperação entre vários parceiros e Estados”,
disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.“Estamos
imensamente gratos pelo apoio e a ajuda fornecida pelo Egito e pela
Espanha. Encorajamos outros países com capacidade e infraestruturas
médicas a receberem pessoas, que, sem qualquer responsabilidade sua,
fruam apanhadas por esta guerra”. Quase todas as crianças (13) têm problemas crónicos de coração e um tem mesmo um cancro. As
crianças, que estão acompanhadas por 25 pessoas, entre familiares e
cuidadores de saúde, chegaram ao Egito antes de 06 de maio, após o que
as retiradas de pessoas se tornaram quase impossíveis, devido ao
encerramento da fronteira em Rafah. Desde então, apenas 23 pessoas foram
retiradas, através de outra passagem, a de Kerem Shalom.Desde
outubro, cerca de cinco mil pessoas foram retiradas da Faixa de Gaza
para tratamento, das quais 80% estão a receber cuidados no Egito, na
Qatar e nos Emirados Árabes Unidos. “Estas
crianças são apenas a ponta do icebergue. Milhares de pessoas de todas
as idades continuam na Faixa de Gaza, a precisarem de ser retiradas e
estão em risco de morrer, se não tiverem acesso rápido aos cuidados
médicos avançados de que precisam”, disse Hanan Balkhy, diretor da OMS
para o Mediterrâneo Oriental. O processo
que envolveu os doentes hoje chegados a Espanha foi apoiado pelo
Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia, em parceria com a OMS. O
Fundo de Ajuda às Crianças da Palestina tratou da documentação dos
doentes e das autorizações de viagem. O governo egípcio apoiou os
tratamentos, enquanto estas pessoas estiveram no país, o que Espanha vi
fazer agora. As crianças vão ser tratadas em vários hospitais em
Espanha. A OMS está a encorajar outros Estados a fazerem o mesmo. O
diretor da OMS para a Europa, Hans Henri P. Kluge, já agradeceu ao
primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sanchez, à ministra da Saúde, Monica
Garcia, “e a todos os que tornaram isto possível”.A
OMS está a apelar à criação de vários corredores para retirar doentes,
de forma sustentada, organizada, segura e atempada, através de todas as
rotas possíveis, incluindo Rafah e Kerem Shalom.