Espanha incentiva Turquia a aplicar reformas no sentido da integração europeia
15 de nov. de 2021, 13:06
— Lusa/AO Online
De
acordo com a agência de notícias espanhola EFE, a posição de Sánchez vai
ser transmitida na VII Reunião de Alto Nível entre a Espanha e a
Turquia, presidida por Erdogan na quarta-feira, em Ancara. Espanha
participa no encontra com seis ministros, entre os quais a ministra da
Defesa, Margarita Robles e o ministro dos Negócios Estrangeiros, José
Manuel Albares. Segundo as fontes da EFE, a
presença de um número tão alargado de ministros explica a forma como se
vai abordar durante a reunião as questões relacionadas com o
Mediterrâneo Oriental, as relações comerciais, os problemas migratórios e
os planos de colaboração na área da Defesa. A
última cimeira entre a Espanha e Turquia realizou-se em Madrid, em
2018, sendo que Sánchez pretende transmitir a Erdogan a "mensagem de
apoio" sobre a futura integração da Turquia na União Europeia "cumprindo
os requisitos necessários". Nesse
sentido, as fontes da agência espanhola referem que Madrid vai
"incentivar" Ancara a avançar com as reformas necessárias para que se
possam "abrir as portas" do bloco europeu, nomeadamente nas questões
relacionadas com a "justiça".A cimeira
realiza-se poucas semanas depois de ter sido atenuada uma crise
diplomática entre Ancara e dez países ocidentais, tendo a Turquia
anunciado que iria expulsar os respetivos embaixadores.Os
representantes diplomáticos da Alemanha, Dinamarca, França, Finlândia,
Holanda, Suécia, Noruega, Nova Zelândia, Canadá e Estados Unidos tinham
assinado uma declaração conjunta que pedia a libertação do empresário
Osman Kavala que se encontra preso preventivamente há mais de quatro
anos na Turquia. Erdogan considerou o texto "inaceitável", mas acabou por recuar não expulsando os embaixadores.Segundo
a EFE, o Palácio da Moncloa sublinha as "boas relações" entre os dois
países, sendo que existe a intenção de recuperação das perdas na balança
comercial registadas após o início da crise sanitária e que representam
13 mil milhões de euros. Neste contexto são esperados acordos de cooperação nos âmbitos das energias renováveis, desporto e trabalho.Nas
questões de Defesa, os dois países pertencem à NATO, sendo que Espanha
vai organizar a próxima cimeira da organização, em 2022.Por outro lado, a questão da "crise migratória" na fronteira entre a Bielorrússia e a Polónia também deve ser abordada.