Espanha e Alemanha acordam reforço da cooperação em Defesa
6 de out. de 2022, 12:23
— Lusa/AO Online
Segundo a declaração final da
cimeira, que se realizou na Corunha, no norte de Espanha, e foi a
primeira entre os dois países em nove anos, Madrid e Berlim decidiram
reforçar a cooperação em Defesa e destacaram a importância, sobretudo,
da cooperação em matéria de armamento e indústria de defesa para
aumentar as capacidades defensivas europeias.A
declaração refere que há uma necessidade iminente de aumentar a
colaboração na área da Defesa e que "Espanha e Alemanha estão decididas a
intensificar a sua cooperação na aplicação do Conceito Estratégico de
Madrid, aprovado na cimeira da NATO [Organização do Tratado do Atlântico
Norte] de junho, e em fortalecer a cooperação UE-NATO".Os
dois países sublinham, em concreto, compromissos para desenvolver a
Política Comum de Segurança e Defesa, para executar a Bússola
Estratégica da União Europeia (para segurança e defesa) e para colaborar
nos projetos PESCO, de cooperação permanente em matéria de Defesa na
UE.No final da cimeira, numa conferência
de imprensa conjunta, os líderes dos dois governos insistiram na
continuidade do apoio à Ucrânia (diplomático, financeiro e militar),
para responder ao ataque da Rússia, iniciado em 24 de fevereiro.Na
mesma conferência de imprensa, o primeiro-ministro alemão, Olaf Sholz,
reiterou a intenção da Alemanha de instalar um sistema antimísseis, que
disse ser "urgente" dada a situação de "ameaça" atual, um assunto que,
no entanto, não fez parte da agenda da cimeira de hoje.Scholz acrescentou que o projeto, embora urgente, é "um desafio para muitos anos" e que poderia beneficiar países vizinhos."É
uma medida que tem a ver com a política de defesa alemã", afirmou
Scholz, que acrescentou que o sistema antimísseis será financiado com
fundos extraordinários de 100.000 milhões de euros, desbloqueados para a
defesa após a invasão russa da Ucrânia.A
declaração final da cimeira faz também referência à crise energética na
Europa, com subida dos preços e a ameaça russa de cortar o gás aos
países da União Europeia.Neste ponto,
Espanha e Alemanha coincidem na necessidade de incrementar as
interconexões na Europa para transporte de energia, uma questão abordada
também na conferência de imprensa final, em que Olaf Scholz manifestou
"apoio de forma explícita" à construção de um novo gasoduto nos
Pirenéus, para ligar a Península Ibérica, desde Portugal, ao resto da
Europa.Ainda na declaração final, Espanha e
França insistem em que é necessário redesenhar o mercado elétrico
europeu, para tornar os preços mais acessíveis e garantir a
descarbonização das economias.Sobre esta
questão, na conferência de imprensa final, o primeiro-ministro espanhol,
Pedro Sánchez, sublinhou a importância de haver uma resposta europeia
conjunta e solidária à crise energética, como aconteceu com a pandemia
de covid-19.