Espanha desaconselha testes massivos e 'atrasa' regresso do futebol
25 de abr. de 2020, 17:44
— Lusa/AO online
“Isso não significa que os testes que cumprem
as recomendações dadas pelos grupos de especialistas não possam ser
realizados, mas os testes em pessoas com qualquer sintomatologia, por
mais leves que sejam, fazem mais sentido do que aqueles generalizados
para populações assintomáticas", justificou Fernando Simón, diretor do
Centro de Coordenação de Alertas e Emergências Sanitárias.Na
sexta-feira, a Liga espanhola anunciou o adiamento do início da
realização dos testes à covid-19, depois de os ter previsto para a
próxima semana, de forma a reiniciar o quanto antes a competição,
seguindo o decretado pelas autoridades. Na
reunião do Comité Técnico de Gestão do Coronavírus em Espanha, Fernando
Simón informou que o ministério não vai propor a realização de testes
massivos a pessoas assintomáticas. A
Espanha é o terceiro país do Mundo com mais mortes, logo a seguir a
Estados Unidos e Itália, com 22.902 óbitos e 223.759 casos.Na
sexta-feira, o ministro da Saúde, Salvador Illa, também já tinha dito
que as entidades que pretendam realizar testes em série o devem
comunicar às autoridades sanitárias e que os mesmos devem realizar-se
somente sob prescrição médica, destacando a importância de saber
interpretar os resultados.“Realizar testes
desse tipo, sem ter todos esses processos bem estabelecidos e
coordenados, é algo que acreditamos não poder recomendar”, completou
Fernando Simón, desaconselhando que os recursos de saúde pública sejam
utilizados com esse tipo de medida sem “real sentido clínico”.A
nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia
de covid-19 já provocou cerca de 198 mil mortos e infetou mais de 2,8
milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 766 mil doentes
foram considerados curados.A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.Para
combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de
pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio
não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando
setores inteiros da economia mundial.Face a
uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios,
alguns países começaram, entretanto, a desenvolver planos de redução do
confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria, Espanha ou
Alemanha, a aliviar algumas das medidas.