Autor: Lusa/AO Online
"O número de incêndios mantém-se estável" e "o cenário é mais favorável quanto à evolução dos incêndios", disse a diretora da Proteção Civil nacional espanhola, Virginia Barcones, numa conferência de imprensa em Madrid.
"Trabalhamos com um cenário que parece mais favorável, mas sem baixar a guarda em nenhum momento. Os incêndios continuam ativos, alguns em situação muito complexa. Temos todos de continuar a somar esforços para acabar com os incêndios", reforçou.
Entre os 21 incêndios de maior gravidade (classificados como de nível 2 numa escala que em Espanha vai até ao 4), disse haver cinco mais complexos, por não estarem a ter "uma evolução tão favorável como o resto": um na Galiza (província de Ourense), um na Extremadura (em Cáceres) e três em Castela e Leão (em Leão e em Zamora).
Espanha enfrenta há semanas uma onda de grandes incêndios no noroeste e no oeste do país, nas regiões da Galiza, de Castela e Leão e da Extremadura, todas na fronteira com Portugal.
A área ardida este ano aproxima-se dos 400 mil hectares e é já um recorde anual em Espanha, sendo que só no mês de agosto arderam cerca de 340 mil hectares, indicam dados, ainda provisórios, do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS).
A coordenação do combate aos fogos é competência dos governos regionais, que, em caso de necessidade, podem solicitar meios ao Estado central ou pedir à Proteção Civil a mobilização de ajuda de outras comunidades autónomas.
Virginia Barcones disse que o número de solicitações das regiões afetadas tem diminuído nas últimas 24 horas e há mesmo dispensa de recursos do Estado central.
Espanha ativou em 11 de agosto o mecanismo europeu de proteção civil para solicitar meios internacionais e recebeu ajuda de sete países da UE, através de meios aéreos, terrestres e humanos de combate a incêndios, naquele que é o maior contingente de ajuda internacional que já chegou ao país desde 1975, referiu a Proteção Civil espanhola.
Virginia Barcones disse que continuam a trabalhar no combate aos fogos em Espanha aviões de Itália, Países Baixos, República Checa e Eslováquia, assim como equipas de bombeiros da Alemanha, França e Finlândia, além de um grupo de Andorra, ao abrigo de um protocolo bilateral.
Na Extremadura atuam, ainda, meios de Portugal, disseram hoje as autoridades da região.
Virginia Barcones realçou que na evolução do combate aos fogos é, porém, fundamental, a evolução das condições meteorológicas.
A agência nacional de meteorologia de Espanha (Aemet) adiantou que as temperaturas vão continuar abaixo dos valores registados nas últimas semanas, aumentando os níveis de humidade relativa, num cenário que é mais favorável ao controlo dos fogos.
A Aemet disse que a onda de calor que atingiu Espanha entre 03 e 18 de agosto foi a terceira maior jamais registada em termos de duração e poderá ser também "uma das mais intensas" de sempre, embora sejam necessárias ainda algumas análises para confirmar esta conclusão.
Perto de 1.150 pessoas morreram em Espanha durante esta onda de calor de 16 dias por causas atribuíveis às altas temperaturas, de acordo com estimativas do instituto de saúde pública espanhol Carlos III.