Espanha aponta para julho retoma do turismo estrangeiro em segurança
Covid-19
21 de mai. de 2020, 10:15
— Lusa/AO Online
A vice-presidente do
executivo espanhol Teresa Ribera, responsável pelo regresso gradual à
atividade, considerou hoje numa entrevista à agência Efe que uma
abertura prematura seria uma "irresponsabilidade" que poderia colocar em
risco a população espanhola.Segundo esta
responsável governamental, a retoma do turismo estrangeiro em Espanha só
deverá ser feita em julho em condições seguras. "Temos
de ser muito cuidadosos para assegurar que as pessoas que venham não
corram riscos, porque chegam a um destino seguro, e ao mesmo tempo que
não sejam um risco para a população local”, afirmou, acrescentando que o
país quer “trabalhar sobre origens e destinos seguros” e está a
“pensar” numa abertura “mais no mês de julho do que no de junho”. Teresa
Ribera, que também é ministra para a Transição Ecológica e o Desafio
Demográfico, explicou que a chegada de turistas estrangeiros
"provavelmente seguirá o mesmo ritmo do processo de desconfinamento",
cuja última fase está prevista para finais de junho ou inícios de julho.Em
Espanha, o setor não quer ficar para trás na corrida para reconquistar o
turismo ainda este verão e tem avisado que destinos concorrentes, como
Grécia, Itália e Portugal, já parecem estar mais bem colocados.
Com as praias da Grécia abertas e Portugal
prestes a fazê-lo, a Espanha está em desvantagem na captação de reservas
turísticas estrangeiras.A Itália também
anunciou na quarta-feira que vai reabrir todos os aeroportos a partir de
03 de junho, dia em que também reabrem as fronteiras, depois do
encerramento provocado pela pandemia de covid-19.Em
áreas como a Costa do Sol (sul de Espanha, na província de Málaga),
onde 70% do turismo é internacional, os empresários do setor receiam um
verão catastrófico.A vice-presidente
espanhola insiste que a resolução da situação sanitária no país é mais
importante do que a da situação económica e que não haverá progressos
nessa recuperação até que o sistema de saúde esteja estabilizado. "Quanto
mais depressa e melhor consolidarmos a segurança sanitária, mais fácil
será a recuperação económica, sabendo eu que há muitas pessoas que não
foram afetadas por um problema de saúde e estão a passar por
dificuldades devido às circunstâncias económicas", afirma Ribera à Efe.Os
ministros dos Negócios Estrangeiros de vários Estados-membros da União
Europeia, reunidos segunda-feira por videoconferência, concordaram na
necessidade de haver uma “abordagem faseada e coordenada para restaurar a
liberdade de movimento”. “Só poderá haver
uma verdadeira retoma do turismo se as pessoas sentirem confiança”,
disse no final da reunião o ministro dos Negócios Estrangeiros de
Portugal, Augusto Santos Silva.A Espanha é
um dos países mais atingidos pela pandemia de covid-19 que, a nível
global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, já provocou mais
de 325 mil mortos e infetou quase cinco milhões de pessoas em 196 países
e territórios.