Escolas dos Açores devem usar autonomia para decidir permissão de telemóveis
13 de set. de 2024, 14:41
— Lusa/AO Online
“As escolas devem, dentro
do seu projeto educativo, fazer uma análise efetiva […] e ver quais os
projetos que possuem para limitar, proibir, ou promover outras
atividades que não as ligadas aos ecrãs”, declarou o líder do SPDA,
António Fidalgo.O dirigente sindical, que
falava na sede do organismo representativo, em Ponta Delgada, em
conferência de imprensa, sublinhou que, neste âmbito, “cada vez há mais
problemas quer físicos, quer mentais para o desenvolvimento das
crianças”, sendo “essencial agir rapidamente”.O
ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, anunciou
na quarta-feira que o Governo vai recomendar às escolas a proibição do
uso de telemóvel nos 1.º e 2.º ciclos e restrições no 3.º ciclo,
esperando o sindicalista que a tutela regional o faça nos Açores.O
Governo da República pretende que as medidas sejam de adesão voluntária
por parte das escolas, mas o seu impacto será avaliado ao longo do
próximo ano letivo e o executivo não fecha a porta à proibição do uso de
'smartphones' em contexto escolar, em função dos resultados.Em
semana de arranque do ano letivo, António Fidalgo afirmou, por outro
lado, que existem escolas onde ainda não chegaram os manuais digitais
anunciados pela região e que “eventualmente, até final do mês, será
reposta a normalidade”, quando “já se deveria estar em velocidade de
cruzeiro”.A estrutura sindical, que
defende a “realização de um estudo sério” sobre os benefícios e
malefícios do uso dos manuais digitais, afirma que a sua falta vem
“perturbar o normal funcionamento das aulas”, que começaram entre
segunda e quarta-feira no arquipélago.O
SDPA indicou como prioritário, no quadro de valorização de docentes,
apostar na regulamentação e na implementação de medidas compensatórias, a
par de incentivos à fixação de professores que servem no sistema
educativo regional.António Fidalgo apontou
ainda que se deve rever o regulamento de concursos de pessoal docente
nos Açores, a par da estrutura de carreira e da valorização
remuneratória.O sindicalista reiterou que o
sindicato é contra a criação de quadros de ilha e preconiza a abertura
de vagas de quadros de escola para todos os docentes como “uma
prioridade que deve ser assumida pela tutela”.