Escolas com maior exclusão terão reforço de meios de acordo com desempenho dos alunos
21 de mar. de 2023, 17:15
— Lusa
O novo indicador,
explicou João Costa, permite “aferir o desempenho de alunos em escolas
diferentes” e faz parte da próxima fase do Programa TEIP (Territórios
Educativos de Intervenção Prioritária) que está a ser preparada e cujo
despacho normativo deverá ser publicado em breve.O
ministro da Educação falava numa audição conjunta nas comissões
parlamentares da Educação e Ciência, e Trabalho, Segurança Social e
Inclusão, com a secretária de Estado da Inclusão, Ana Sofia Antunes, por
requerimento do PSD e da Iniciativa Liberal sobre educação inclusiva.De
acordo com o governante, está também para breve a conclusão da revisão
do modelo de funcionamento e financiamento dos Centros de Recursos para a
Inclusão, para corrigir assimetrias entre os níveis de financiamento e o
número de alunos apoiados em diferentes zonas do país.“Este
trabalho permitirá uma correção do funcionamento e visará uma melhor
articulação entre as necessidades identificadas pelos agrupamentos de
escolas e as terapias disponibilizadas pelos Centros de Recursos para a
Inclusão”, antecipou o ministro.Por outro
lado, quanto ao funcionamento destas instituições e de forma a responder
ao aumento da prevalência do autismo, foi produzido um roteiro para a
elaboração dos Planos Individuais de Transição, em colaboração com a
Associação Portuguesa do Síndrome de Asperger.O
objetivo, explicou o ministro, é que “o fim da escolaridade seja o
início de uma nova etapa, área que também será alvo de aprofundamento”.Durante
a sua intervenção inicial, João Costa fez um balanço da concretização
da educação inclusiva, sublinhando que desde 2018 o número de
professores de educação especial aumentou em 4,2%, correspondendo,
atualmente, a cerca de 7% do total de professores.Aumentou
também o número de psicólogos, em 48,2%, e de terapeutas da fala, em
88,3%, enquanto o número de educadores sociais e animadores sociais mais
que duplicou.Por outro lado, pouco mais
de metade das turmas têm até 20 alunos, sendo que no ano letivo
2022-2023 foram abertas 4.959 novas turmas, decorrentes da redução do
número de alunos.“Sabemos que a inclusão é
um processo sempre inacabado e que, sempre que haja um aluno que seja a
quem não conseguimos responder, encontramos a evidência para continuar e
aprofundar o trabalho”, sublinhou João Costa.Antes
da intervenção do ministro da Educação, PSD e Iniciativa Liberal
justificaram os requerimentos para ouvir o Governo sobre o tema da
educação inclusiva, com a deputada social-democrata Emília Cerqueira a
considerar que existe um desfasamento grande entre a narrativa do
Governo e a aplicação do regime jurídico.“Não
passa de mais uma daquelas políticas muito anunciadas, mas muito pouco
concretizados”, afirmou a deputada, enquanto Carla Castro, da Iniciativa
Liberal, deu também uma avaliação negativa, relatando que, da parte das
escolas, o sentimento parece ser de insatisfação generalizada,
independentemente do setor.