"Escassez" de médicos e proteção preocupa Ordem nos Açores
Covid-19
24 de mar. de 2020, 16:07
— Lusa/AO Online
"Preocupa-nos
a falta de recursos humanos que já são escassos em tempos normais e
agora mais escassos vão ser", afirmou a presidente do Conselho Médico da
Ordem dos Médicos nos Açores, Isabel Cássio, em declarações à agência
Lusa.A médica salientou que, dadas as
especificidades do arquipélago açoriano, a região tem de se "preparar
para superar esta situação" de pandemia, até porque também no exterior
existem várias necessidades em termos de material e de recursos humanos."O
que nos está a preocupar mais é exatamente o material de proteção
individual. Sabemos que está escasso em todo o país, está escasso em
todo o mundo, mas verdadeiramente esta é a grande preocupação dos
profissionais de saúde, porque com profissionais doentes, os doentes não
poderão também ser tratados. Esta é, neste momento, a nossa principal
preocupação, ter material de proteção individual em quantidades
suficientes", sustentou. A responsável
sublinhou ser "ainda um pouco imprevisível" apontar as necessidades em
termos de doentes ventilados, até porque "a região ainda não está,
felizmente, nas mesmas condições que o continente" em termos do avanço
da pandemia, mas realçou que serão sempre necessários "mais
ventiladores"."De qualquer das maneiras, a
região está a preparar-se. O senhor diretor regional da Saúde disse
ontem [segunda-feira] que aqueles ventiladores que estavam em vias de
ser adquiridos seriam suficientes. Esperemos que sim", referiu Isabel
Cássio.A médica lembrou, no entanto, que são sempre "precisos médicos e enfermeiros" para trabalhar com os ventiladores."E
isso é que pode ser realmente um problema aqui nos Açores, daí insistir
mais uma vez no material de proteção individual, porque os poucos
recursos humanos que temos, nomeadamente diferenciados na área da
medicina intensiva não podem verdadeiramente ficar doentes. E, portanto,
temos que insistir sempre no prevenir", sublinhou.Isabel
Cássio destacou ainda "a generosidade" de vários cidadãos e de empresas
que lançaram campanhas para a compra de ventiladores."De
qualquer das maneiras e com as medidas que têm sido tomadas aqui, temos
alguma esperança de que a situação não seja tão dramática",
acrescentou.