"Açorianos podem estar seguros de que será prestada toda a assistência"
30 de nov. de 2022, 13:50
— Lusa/AO Online
Anabela Lopes, responsável nos
Açores pelo Sindicato dos Médicos da Zona Sul, declarou à Lusa que “os
açorianos podem estar seguros de que será prestada toda a assistência de
que houver necessidade”.O presidente do
Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, reuniu-se na terça-feira com
as estruturas sindicais representativas dos médicos, em Ponta Delgada. Médicos
dos três hospitais públicos da região (Ponta Delgada, Angra do Heroísmo
e Horta) manifestaram, num abaixo-assinado enviado a José Manuel
Bolieiro, ao vice-presidente do Governo Regional, Artur Lima, e ao
secretário regional da Saúde e Desporto, Clélio Meneses, a sua
indisponibilidade para realizar horas extraordinárias para além do
limite legal das 150 horas, o que poderia colocar em causa o serviço de
urgência já em dezembro.A sindicalista
explicou à Lusa que "o pedido de escusa de realizar mais horas para além
das 150 horas extraordinárias [impostas por lei] não significa que os
médicos não as façam, havendo alguns colegas que se disponibilizaram
para continuarem a assegurar a assistência aos utentes”.Anabela
Lopes espera que “mais médicos se juntem ao Serviço Regional de Saúde
para que todos possam atender os utentes nas consultas, nas urgências,
nos cuidados de saúde primários, o melhor possível, com as melhores
condições físicas e de recursos humanos, com o menor tempo de espera
possível e, acima de tudo, com a maior qualidade”.A
representante expressou a sua satisfação por o presidente do Governo
dos Açores ter manifestado a “total confiança nos médicos açorianos, em
especial no seu sentido ético e deontológico e na sua preocupação com o
bem-estar dos utentes”. “Todos os
problemas que foram levantados tiveram abertura” e “serão o mais
rapidamente possível solucionados”, indicou, dando como exemplo a
disparidade entre os valores pagos pelas horas extraordinárias nos
Açores e os pagamentos em contexto nacional e na Madeira, a par das
condições de trabalho.Segundo Anabela
Lopes, foi celebrado um protocolo negocial para que, “já na próxima
quarta-feira, se poder começar, em novo encontro, a abordar as
situações” que se colocam aos médicos no exercício da profissão, “com
soluções já no terreno”."O problema das horas extraordinárias foi o que menos ocupou a reunião”, disse.
Na semana passada, os médicos do Serviço Regional de Saúde exigiram
um pedido de desculpas de Artur Lima para poderem negociar, depois de o
vice-presidente do executivo (PDS/CDS-PP/PPM) ter afirmado que os
profissionais “não podem usar o dinheiro como moeda de troca para
dispensar” a prestação de cuidados, considerando que tal é uma “violação
grosseira” da ética.Entretanto, a edição
de hoje do diário Açoriano Oriental refere que os chefes de equipa do
Serviço de Urgência do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) “pediram
a demissão, numa altura em que se desconhece ainda a escala de
dezembro” e “pouco tempo depois de a diretora daquele serviço ter batido
com a porta”.