Erro humano esteve na origem do acidente aéreo em Santa Maria
8 de fev. de 2019, 08:35
— Lusa/AO Online
O
relatório, finalizado três anos após o acidente aéreo, adianta que, o
facto de não se ter observado as questões operacionais, “conduziu à
descida deliberada do avião para 2.000 pés, desrespeitando a altitude
mínima naquela zona, que era de 3.000 pés".O
documento revela que contribuiu para a situação "a deficiente técnica
de comunicações" do copiloto, que iniciou o seu 'read back'
(confirmação) da autorização de descida para 3.000 pés fornecida pelo
controlador aéreo, antes de este ter terminado a sua mensagem, o que
originou uma sobreposição de comunicações e a consequente confusão/erro
na transmissão/receção da mensagem.O
acidente aéreo seria atualmente “perfeitamente evitável” pois a ilha
tem cobertura radar, o que não se verificava na altura, explicou,
entretanto, à Lusa o antigo presidente da Associação dos Pilotos
Portugueses de Linha Aérea (APPLA), Pedro Santa Barbara.Depois
do acidente todos os operadores turísticos cancelaram os voos fretados à
Independent Air, o que levou a que a companhia de charter
norte-americana encerrasse.Já
se registaram mais cinco acidentes aéreos nos Açores, o mais recente
dos quais na ilha de São Jorge, em 11 de dezembro de 1999, quando um ATP
da SATA Air Açores se despenhou com 35 ocupantes.O
acidente de Santa Maria deu origem a um livro do açoriano Francisco
Cunha, obra que foi divulgada pela primeira vez em inglês no início do
ano.A obra,
cuja versão original foi lançada em setembro de 2016, recorre a
documentos oficiais, como ilustrações técnicas, mapas, entrevistas e
fotos, culminando numa reconstituição dos momentos que ditaram a
tragédia.