Equipamentos do Observatório da Montanha do Pico nos Açores vão ser renovados
15 de nov. de 2024, 11:29
— Lusa/AO Online
“Nos últimos anos,
fruto de vicissitudes que tiveram a ver com a [pandemia de] covid-19 e
com a necessidade de fazer um investimento na renovação de equipamentos,
o observatório tem sofrido um abrandamento na sua atividade”,
reconheceu a reitora da Universidade dos Açores, Susana Mira Leal.A
responsável pela academia açoriana e o secretário regional do Ambiente e
Ação Climática, Alonso Miguel, assinaram um protocolo de
cooperação para a modernização tecnológica do Observatório da Montanha
do Pico, no valor de 250 mil euros.Em
declarações aos jornalistas, Susana Mira Leal referiu que os dados
científicos que têm sido recolhidos pelo Observatório da Montanha do
Pico têm sido tratados para “produção de conhecimento para a comunidade
científica”, o que “tem um valor que é transregional”, bem como servem
de “apoio à decisão governamental”.O
Observatório da Montanha do Pico é gerido por um cientista do Instituto
de Investigação em Vulcanologia e Avaliação de Riscos (IVAR).O
secretário regional do Ambiente e Ação Climática, por seu turno,
declarou que o observatório “tem uma localização única, no topo da
montanha do Pico, o ponto mais alto de Portugal, o que “configura um
estatuto a nível internacional de grande relevância”.De
acordo com Alonso Miguel, “não é possível replicar essas condições em
qualquer outro ponto do Atlântico Norte, potenciando-se a posição
geoestratégica dos Açores” e colocando-se a região “numa posição de
vanguarda em relação à investigação científica” no quadro das alterações
climáticas. Com este apoio financeiro,
acrescentou, será possível fazer a leitura de dados que “são muito
importantes dos aerossóis, dos gases transportados em massas de ar, da
atividade vulcânica”.Ainda segundo o
titular da pasta do Ambiente, o Observatório da Montanha do Pico
“permite também ter um papel importante do ponto de vista de observação
espacial”, servindo de “ponto crítico para a recolha de dados”.Estes
dados, continuou, “permitem depois validar as plataformas que existem
de observação espacial distribuídas pelo Atlântico Norte” e, “com isto,
permitir modelos de previsão que permitam, de facto, compreender melhor
os fenómenos climáticos à escala global, interpretando um pouco as
alterações climáticas”.O Observatório da
Montanha do Pico "é um centro de investigação estabelecido nos Açores
integrado num esforço internacional para estudar o clima e monitorizar a
poluição na região do Atlântico Norte", de acordo com o IVAR.No
local são recolhidas amostras de massas de ar "transportadas acima da
camada limite marinha (ou da troposfera livre inferior) por longas
distâncias da América do Norte, do Ártico, da África, da Europa e do
Atlântico equatorial".A localização
estratégica e a elevada altitude tornam o observatório "verdadeiramente
único em relação a outros observatórios na bacia do Atlântico Norte,
além de fornecer uma excelente base para vigilância de vulcões".