Entidades desportivas assinam acordo de integridade no futebol
16 de set. de 2022, 10:41
— Lusa/AO Online
Na conferência organizada pela SIGA (Sport Integrety Global Alliance), foi
assinado este acordo que visa o compromisso das quatro entidades na
promoção e defesa de boas práticas no futebol.O
diretor executivo da SIGA, o português Emanuel Macedo de Medeiros,
afirmou, antes da assinatura, que este “é um sinal de que o futebol
português está unido e que tem líderes à altura das expectativas dos
adeptos”.Luciano Gonçalves, presidente da
Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), revelou que os
árbitros são expostos a este tema desde cedo, desde que iniciam os
cursos e que é, de facto, “uma preocupação” para todos.Já o presidente do Sindicato dos Jogadores reiterou que “mais importante do que os protocolos são as ações”“Nós
estamos embebidos neste espírito, mas na prática vejo poucas
instituições a agir em relação a isto. (…) É necessário controlar a
idoneidade dos investidores estrangeiros, é necessário ter uma
plataforma de denúncias que salvaguarde a integridade dos denunciantes e
que esteja diretamente ligada às autoridades policiais”, sugeriu
Joaquim Evangelista.Evangelista falou
ainda do abandono de três jovens estrangeiros no aeroporto de Lisboa
após uma burla de um falso empresário que prometeu aos três um acordo
com o União da Madeira, clube extinto desde novembro de 2021.“As autoridades precisam de um modelo de resposta a este fenómeno”, apelou o presidente do Sindicato dos Jogadores.Pedro
Proença, presidente da Liga Portugal, não esteve presente devido a
compromissos profissionais no estrangeiro, mas fez chegar a mensagem de
que a integridade é também uma preocupação para a Liga, que,
recentemente, desenvolveu uma carta assinada por todos os capitães dos
clubes nacionais de compromisso para com estes valores.Luís
Marques Mendes foi também convidado e no encerramento da sessão fez
questão de tocar em vários pontos a melhorar por parte das entidades
nacionais, dizendo que “é sempre melhor debater do que não debater e que
é sempre melhor fazer demagogia do que não fazer nada”.Mendes
falou da passividade com que a sociedade portuguesa lida com a falta de
ética no desporto em comparação com a forma como lida com a mesma falta
de ética noutros setores. Referiu ainda que “a perceção pública é que
nada mudou na estrutura do futebol” e que não compreende a inexistência
de um princípio de limitação de mandatos.“Não se trata apenas de perda de energia, muitos anos no poder favorecem a corrupção e a falta de integridade”, afirmou.Marques
Mendes acrescentou ainda que são necessárias mais mulheres nos cargos
de chefia das instituições desportivas, pois “aportam dados muitos
importantes como a boa educação, as boas maneiras, a transparência e a
dedicação”. Promovida pela SIGA (Sport
Integrety Global Alliance), a Sports Integry Week está a decorrer em
Cascais desde o dia 12 de setembro com o objetivo de debater e promover a
integridade desportiva, particularmente no futebol.Esta
é a terceira edição evento global da Sports Integrity Week cujo
objetivo é promover a adoção de padrões de governação melhorados,
trazendo mais integridade, transparência e responsabilidade.