Ensino superior terá aumento de 3,7% e tutela retoma fórmula de financiamento
OE2023
10 de ago. de 2022, 14:52
— Lusa/AO Online
Em comunicado, o Ministério
da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) refere que está
previsto um aumento no valor de cerca de 44 milhões de euros nas
dotações base das universidades e politécnicos já no próximo ano.Esse
reforço, que corresponde a 3,7% face ao ano anterior, será debatido no
âmbito da proposta de Orçamento do Estado para 2023, mas, segundo o
ministério, já foi comunicado às instituições.O
objetivo, escreve o MCTES, é “cumprir na íntegra o que estava previsto
no contrato de legislatura” assinado pelo anterior Governo, com vigência
até 2023, e que determina um aumento das dotações equivalente ao da
taxa de inflação, se superar os 2%.Por
outro lado, visa também acautelar a aplicação da fórmula de cálculo
prevista na lei de financiamento do ensino superior, que não é aplicada
de forma sistemática desde 2010 e será retomada no próximo ano.Já
em junho, três instituições tinham acusado a tutela de não cumprir a
lei de financiamento, que estabelece que as verbas atribuídas às
instituições são definidas com base num conjunto de critérios que tem em
consideração, por exemplo, o número de estudantes, docentes e não
docentes e indicadores de qualidade e eficiência.Na
altura, o ISCTE-IUL e as universidades do Minho (UM) e da Beira
Interior (UBI), explicavam num documento conjunto enviado à Assembleia
da República que o executivo passou a definir o financiamento das
instituições com base no histórico do ano anterior, agravando
desequilíbrios na distribuição das dotações orçamentais.“O
crescimento e a evolução do sistema criaram um desequilíbrio entre os
valores que as instituições deveriam receber e o que recebem”, reconhece
agora o MCTES, acrescentando que, por outro lado, a situação
“impossibilitou os potenciais efeitos que a fórmula pretendia ter, no
sentido de promover uma maior justiça, eficiência e eficácia do sistema
de ensino superior público”.Perante esse
cenário, a tutela expressa preocupação quanto ao atual modelo de
financiamento e defende alterações, desde logo na revisão da formula de
financiamento a partir do próximo ano letivo, que se deverá refletir no
Orçamento do Estado para 2024.Sobre o
reforço de financiamento agora anunciado para o próximo ano, o
ministério adianta ainda que aumento será de 2,5% para todas as
instituições de ensino superior, 0,2% para atualização do valor de
compensação da redução e congelamento das propinas.Está
também previsto um aumento adicional correspondente a 1% na dotação
base atribuída às instituições “que se encontrem abaixo do valor que
corresponderia pela metodologia corretiva adotada para o financiamento”.