Engenheiros desafiam Universidade dos Açores a lecionar em “áreas emergentes”
7 de dez. de 2017, 19:44
— Lusa/AO online
"Agora,
se calhar, é chegado o momento de olharmos para uma outra dimensão, de
aumentar o número de anos que se pode lecionar nos Açores e, quiçá,
abrir novos preparatórios noutras áreas emergentes. Ninguém como os
engenheiros tem a capacidade para o empreendedorismo tecnológico, este é
o nosso ADN e se nós queremos falar em novas tecnologias, em centros de
investigação, em centro tecnológicos e em polos tecnológicos estamos a
falar só de engenheiros", afirmou Paulo Botelho Moniz.O
representante da Ordem dos Engenheiros nos Açores falava aos
jornalistas após a assinatura de um protocolo de cooperação com a
Universidade dos Açores, que leciona atualmente os "preparatórios", os
dois primeiros anos, dos cursos de Engenharia Eletrotécnica e de
computadores, Engenharia Civil e de Engenharia Mecânica."Os
Açores enveredaram, por exemplo, para uma área aeroespacial, para uma
área do espaço daquilo que tem a ver com todas essas áreas tecnológicas
de ponta que se tem desenvolvido, ora isto é engenharia de ponta, isto
engenharia das chamadas novas tecnologias, os Açores não só têm (agora)
necessidade, como vão ter no futuro", sublinhou.Paulo
Botelho Moniz lembra que a engenharia "está no top três da
empregabilidade", a par da Medicina, reconhecendo que "os engenheiros
desempregados nos Açores são muito poucos"."Há
esta necessidade, inclusive nas ilhas com menor população, nas chamadas
ilhas mais pequenas, há maior dificuldade de quadros e, por
conseguinte, ainda há muitos municípios aonde a necessidade dos
engenheiros e da engenharia se faz sentir, há claramente essa
necessidade", afirmou.O
presidente do conselho diretivo da Ordem dos engenheiros nos Açores
alertou ainda para a "necessidade" de todos os engenheiros terem a sua
"situação regularizada" na Ordem, por se tratar de um cargo "de
confiança pública" admitindo ter identificado casos ilegais nos Açores."Todas
os (casos irregulares) que temos conhecimento nós alertamos quer do
ponto de vista direto, quer do ponto de vista institucional e formal
como somos obrigados. Já alertámos três pessoas no último ano que
corrigiram a sua situação de irregularidade", confirmou.Na
ocasião, o reitor da Universidade dos Açores, João Luís Gaspar, realçou
"um projeto de cooperação bastante abrangente" com a Ordem dos
Engenheiros, admitindo que "há um caminho ainda a percorrer" quanto a
novas áreas de engenharia."A
Universidade tem já em análise com outras universidades, outros
institutos, parcerias para o desenvolvimento para algumas áreas de
engenharia, na área das tecnologias de informação e comunicação em
sentido mais vasto, ao nível por exemplo do segundo e terceiro ciclo,
aproximar também muita da investigação que é feita de centros de
investigação reconhecidos e acreditados a nível nacional para potenciar
aquilo que são as nossas áreas de engenharia ainda distantes daquilo que
é a plenitude que se gostaria de ter numa universidade", disse.A
Universidade dos Açores leciona em convénio com o Instituto Superior
Técnico, "há mais 20 anos", os cursos de preparatórios nos mestrados
integrados engenharia civil, mecânica e eletrotécnica. Nos Açores existem cerca de 650 engenheiros inscritos na Ordem dos Engenheiros.