Enfermeiros pedem fim de discriminação na carreira
4 de jun. de 2020, 11:59
— Lusa/AO Online
“São
vários os problemas sentidos e que continuam por resolver. O surto
epidémico só veio dar mais visibilidade a alguns deles, nomeadamente ao
risco e à penosidade inerente ao exercício da profissão e à
discriminação inaceitável por continuarem a coexistir vínculos
diferentes entre enfermeiros”, sublinhou Fátima Monteiro.Em
conferência de imprensa, realizada em frente ao Hospital de Santo
António, no Porto, em cujo gradeamento foram colocadas imagens de
enfermeiros com as suas principais reivindicações, Fátima Monteiro
referiu que a pandemia “veio agora evidenciar o que o sindicato anda a
dizer há anos, não só em relação ao risco inerente à profissão, mas veio
também mostrar o que é a discriminação entre enfermeiros”.“Nós
iremos fazer uma campanha a nível nacional e em cada ação iremos dar
visibilidade aos problemas dos enfermeiros, que têm de ser
reconhecidos”, afirmou.Em seu entender,
“não basta o reconhecimento em palavras , não basta dizer que os
enfermeiros são fundamentais ou foram fundamentais na pandemia. São
fundamentais em todo o processo de doença, seja ele na pandemia
covid-19, seja na prestação diária e o risco está em todos os serviços,
no dia a dia da profissão”.“A população
reconheceu, a população agradeceu, o Governo agradeceu e o Presidente da
República diz que quer reconhecer os enfermeiros, mas os enfermeiros
querem que este reconhecimento vá além das palavras”, disse.A
iniciativa, hoje realizada, no Porto, é, segundo Fátima Monteiro, “mais
uma forma de chamar atenção, exigir de uma vez por todas que os
governantes valorizem a profissão e os reconhecem em momentos como
este”. A dirigente do SEP/Porto lembrou,
em declarações à Lusa, que “são cerca de 16 mil enfermeiros que não
tiveram qualquer alteração remuneratória, mesmo com o descongelamento e
com a revisão da carreira”.“A pandemia não
parou os enfermeiros na prestação direta de cuidados aos doentes que
recorreram e recorrem ao serviço Nacional de Saúde. As suas justas
reivindicações também não pararam ou vão parar”, frisou.