Enfermeiros nos Açores com proposta para reforçar capacidade de resposta SRS
7 de out. de 2022, 14:45
— Lusa/AO Online
Segundo o
documento, face aos desafios que se apresentam ao Sistema Regional de
Saúde, entre os quais a saída do contexto epidemiológico, a retoma da
atividade assistencial e a necessidade de investir no sistema de saúde,
são necessários meios e recursos que "reforcem a sua capacidade e tornem
mais resiliente e capaz de responder em tempo útil às necessidades de
saúde e a mudanças inesperadas".A Ordem nos Açores lembra no documento que tem apelado "desde 2020" à necessidade de "uma contratação robusta" de enfermeiros.Entre
as medidas propostas pela Ordem está o reforço dos serviços de saúde
com "a dotação recomendada de enfermeiros, através da regularização e
efetivação dos vínculos precários e temporários" que ainda existem.Segundo
a secção regional da Ordem dos Enfermeiros essa regularização é
"condição essencial para a recuperação dos cuidados de saúde,
temporariamente suspensos", devido à covid-19 e para "a satisfação das
necessidades de cuidados de saúde pós-pandemia", incluindo rastreios,
acompanhamento de doença crónica e retoma da atividade assistencial
programada.“Urge adotar e consolidar
políticas públicas adequadas ao reforço do número de Enfermeiros por
habitante, bem como adequar os serviços e unidades de saúde das
condições, meios e infraestruturas necessárias", lê-se no documento
remetido hoje à secretaria regional da Saúde e DesportoA
Ordem entende que é necessário reforçar as competências dos enfermeiros
especialistas nas Unidades de Saúde Pública e "uma política de recursos
humanos que retenha e fixe os enfermeiros formados e a trabalhar nos
Açores".O presidente do conselho diretivo
regional, Pedro Soares, afirmou que a Ordem traçou medidas "essenciais e
urgentes" para serem incluídas no plano para os próximos 10 anos, face
"aos desafios" do Sistema Regional de Saúde, entre os quais a saída do
contexto epidemiológico, a retoma da atividade assistencial e a
necessidade de investir no sistema de saúde.“Urge
adotar e consolidar políticas públicas adequadas ao reforço do número
de enfermeiros por habitante, bem como adequar os serviços e unidades de
saúde das condições, meios e infraestruturas necessárias a uma resposta
de cuidados de enfermagem atempados e seguros, para além de uma
programação efetiva de políticas de saúde e interoperabilidade entre as
diversas instituições de saúde da região”, referiu Pedro Soares, citado
num comunicado.A Ordem defende ainda a
integração e intervenção de enfermeiros nas equipas de saúde escolar
para a promoção de estilos de vida saudáveis e deteção precoce de
necessidades de intervenção, através de rastreios.Propõe
que seja melhorado o acesso ao Serviço Regional de Saúde e a eficiência
na rede hospitalar, com a renovação de equipamentos e infraestruturas
tecnológicas e "reconhecimento do potencial" de sistemas de tele-saúde,
em particular para internados em estruturas residenciais para pessoas
idosas ou dependentes.Por outro lado,
preconiza o alargamento das teleconsultas às consultas de Enfermagem de
Saúde Mental e Psiquiátrica, tanto no âmbito dos cuidados hospitalares
como dos cuidados de saúde primários.Para a
Ordem é também necessário melhorar a cobertura dos cuidados de saúde de
proximidade e reforçar as equipas de Cuidados Continuados Integrados
(ECCI), em particular na prestação de cuidados no domicílio.A
revisão do modelo atual da Rede Regional de Cuidados Continuados
Integrados (RRCCI) e a criação de equipas de Apoio Integrado
Domiciliário (EAID) e equipas Comunitárias de Suporte em Cuidados
Paliativos (ECSCP), para "cumprir" uma portaria de 31 de março de 2015
são outras medidas propostas.