Enfermeiros em greve de dois dias nos Açores e Continente
24 de set. de 2024, 09:21
— Lusa/AO Online
A
greve, convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), começou às 8h00 estende-se até às 24h00 de quarta-feira,
ou seja, abrange os turnos da manhã e da tarde no dia de hoje e os da
noite, manhã e tarde de quarta-feira, sob a forma de paralisação total
ao trabalho programado, e abrange o Continente e a região autónoma dos
Açores.Além da alteração da grelha
salarial da carreira de enfermagem, valorizando todos os níveis de todas
as posições remuneratórias, a greve serve para defender a transição
para a categoria de enfermeiro especialista de todos os enfermeiros que a
31 de maio de 2019 detinham este título.O
SEP pretende ainda que o reposicionamento remuneratório decorrente da
transição de carreira “tenha tradução em acréscimo salarial para todos
os enfermeiros” e exige igualmente a compensação decorrente do risco e
penosidade inerentes à profissão, nomeadamente através de “condições
especiais para aposentação” e da valorização do trabalho por turnos.Quanto
à contagem de pontos, os enfermeiros exigem o pagamento de retroativos
desde 2018 e a “correção de todas as injustiças relativas”.Outras
das matérias que constam do caderno reivindicativo são a harmonização
do número anual de dias de férias entre todos os enfermeiros pelo numero
de dias definidos para quem tem contrato de trabalho em funções
públicas, assim como a regularização das situações de “inadequado
vínculo precário” e a admissão de mais enfermeiros com contratos
definitivos, além do pagamento do trabalho extraordinário em dívida.Os
serviços mínimos definidos incluem os cuidados em situações de urgência
nas unidades de atendimento permanente que funcionem 24 horas/dia, os
serviços de internamento que funcionem igualmente 24 horas/dia, os
cuidados intensivos, os blocos operatórios, com exceção dos de cirurgia
programada, as urgências, a hemodiálise e os tratamentos oncológicos.Na
área oncológica, estão incluídos nos serviços mínimos as cirurgias ou o
início do tratamento não cirúrgico (quimioterapia ou radioterapia) em
doenças oncológicas de novo, classificadas como prioridade 4, assim como
a prioridade 3, quando exista determinação médica para tal intervenção e
não seja possível reprogramar para os 15 dias seguintes.Em
declarações à Lusa, o presidente do SEP, José Carlos Martins, disse não
ter havido qualquer articulação com os médicos relativamente à greve,
tratando-se de uma coincidência, e sublinhou que a paralisação dos
enfermeiros já estava anunciada desde dia 09 de agosto.Contudo,
nem o SEP nem a Federação Nacional dos Médicos, que convocou a greve
que também começa hoje, descartam que no futuro possa haver concertação
para um protesto futuro com a união de todos os sindicatos da saúde.Os enfermeiros já tinham estado em greve a 02
de agosto (convocada pelo SEP a nível nacional) e em julho e agosto
levaram a cabo várias paralisações, contrações e denúncias públicas a
nível regional.Além de diversas
conferências de imprensa em vários pontos do país, durante a manhã de
hoje, a paralisação dos enfermeiros inclui ainda uma concentração em
Lisboa, na quarta-feira.