Enfermeiros dos Açores congratulam-se com decisão sobre contagem de tempo de serviço
30 de set. de 2020, 11:27
— Lusa/AO Online
"O SEP-Açores congratula-se com a decisão
tomada pelo Governo Regional de que todo o tempo de serviço dos
enfermeiros em contrato individual de trabalho nos hospitais da região
irá ser considerado para efeitos do enquadramento salarial. Registamos
ainda com agrado que a decisão será extensível a todas as outras
carreiras dos profissionais da saúde nas mesmas condições", lê-se num
comunicado assinado pelo presidente da direção regional dos Açores do
sindicato, Francisco Branco.Na
terça-feira, a secretária regional da Saúde do executivo açoriano,
Teresa Machado Luciano, anunciou, em conferência de imprensa, que “o
Governo dos Açores, de acordo com um critério de igualdade, uniforme e
transversal a todas as carreiras, reconhece a todos os trabalhadores dos
três hospitais da região com contrato individual de trabalho por tempo
indeterminado a relevância de todo o tempo de serviço prestado entre
2007 e 2018 para efeitos de valorização remuneratória”.A
direção regional dos Açores do SEP refere que, "na sequência deste
anúncio, seguirá ainda hoje um pedido de reunião urgente à secretária
regional da Saúde, com vista à revisão do Acordo Coletivo de Trabalho,
celebrado em 2018"."Independentemente das
motivações que estão por detrás da decisão, não restam dúvidas que tal
só foi possível porque a estratégia de luta deste sindicato levou a que
nas últimas 3 semanas as reivindicações dos enfermeiros, justas e
fundamentadas, estivessem permanentemente nos meios de comunicação
social, com grande aceitação e compreensão por parte da população.
Lamentamos que a decisão não tenha sido tomada 48 horas mais cedo",
frisa o sindicato.Desde que os três
hospitais dos Açores, em Angra do Heroísmo, Horta e Ponta Delgada,
passaram a entidades públicas empresariais (EPE) os funcionários
passaram a ser admitidos com contratos individuais de trabalho e só em
2019 foram assinados contratos coletivos.Várias
classes profissionais tinham já reivindicado a contabilização do tempo
de serviço destes profissionais, alegando que se tratava de uma questão
de igualdade de direitos, em comparação com os funcionários que entraram
para os hospitais antes de 2007 e tinham vínculo público.Na
conferência de imprensa de terça-feira, em Angra do Heroísmo, a
secretária regional da Saúde avançou que a medida vai abranger 1.417
trabalhadores dos três hospitais da região e representará um reforço do
Serviço Regional de Saúde de “cerca de 2,5 milhões de euros anuais”.“De
imediato serão dadas orientações aos três hospitais da região para
desencadearem o processo de alteração dos respetivos acordos coletivos
de trabalho, uma vez que este é o procedimento legalmente fixado para
que esta solução possa produzir efeitos em benefício desses
trabalhadores”, salientou.A solução
aplica-se a assistentes operacionais, assistentes técnicos, enfermeiros,
técnicos superiores de saúde e técnicos superiores de diagnóstico e
terapêutica e a valorização salarial deverá ocorrer ainda em 2020, após a
assinatura de novos contratos coletivos de trabalho, sendo
contabilizado um ponto por cada ano de serviço e havendo um “impulso
remuneratório” a quem reunir 10 pontos.A
governante realçou que o processo de valorização das carreiras da área
da saúde foi dado como “concluído”, depois de um “processo negocial
intenso”, com diversas estruturas representativas dos trabalhadores.Questionada
sobre o motivo que levou a tutela a apresentar esta solução neste
momento, depois de várias classes profissionais terem realizado
recentemente greves e protestos reivindicando precisamente a
contabilização do tempo de serviço, Teresa Machado Luciano disse apenas
que este é um esforço do Governo Regional “de valorização, de igualdade e
de equilíbrio entre os vários profissionais dos três hospitais da
região para todas as classes profissionais”.