Energia solar pode gerar 40% da eletricidade dos EUA até 2035
9 de set. de 2021, 10:09
— Lusa/AO Online
Também seriam
necessários milhares de milhões de dólares para investimentos na
modernização da rede elétrica do país para atingir o objetivo.O
relatório do Gabinete de Eficiência Energética e Energia Renovável do
Departamento de Energia dos EUA refere que o país precisaria de
quadruplicar a sua capacidade solar anual – e continuar a aumentá-la
todos os anos – à medida que altera para uma rede dominante renovável,
no sentido de lidar com a crise climática.O
“Solar Futures Study” (Estudo sobre o Futuro da Energia Solar, em
tradução simples) divulgado na quarta-feira não pretende ser uma
declaração política ou objetivo da Administração Biden, explicaram as
autoridades.“[O
relatório] é projetado para orientar e inspirar a próxima década de
inovação solar, ajudando-nos a responder a questões, como: Quão rápida é
a energia solar a aumentar a sua capacidade e em que nível?”, disse a
diretora do Gabinete de Energia Solar do Departamento de Energia, Becca
Jones-Albertus.Em
comunicado, por seu lado, a secretária da Energia, Jennifer Granholm,
afirmou que o estudo “esclarece que a energia solar, a nossa fonte de
energia mais limpa e barata e de crescimento rápido, poderia produzir
eletricidade suficiente para abastecer todas as residências nos EUA até
2035 e empregar até 1,5 milhões de pessoas”.O
relatório foi divulgado depois de Joe Biden ter dito que a mudança
climática se tornou numa “crise de todos”, durante uma visita aos
bairros inundados após a passagem do furacão Ida. Na
terça-feira, Biden alertou que é o momento de os EUA levarem a sério o
perigo do “código vermelho” das mudanças climáticas ou enfrentar o
aumento da perda de vidas e propriedades.“Não
podemos voltar atrás, mas podemos evitar que piore. Não temos mais
tempo”, disse Joe Biden, antes de visitar um bairro de Nova Jérsia
devastado por fortes inundações.O
desastre natural deu ao Presidente dos EUA a oportunidade de pressionar
o Congresso para a aprovar o plano de infraestruturas, avaliado em um
bilião de dólares, que servirá para modernizar as redes elétricas,
sistemas de água e esgotos, para o país se defender melhor das condições
climáticas extremas. A lei foi aprovada no Senado e aguarda agora a
votação na Câmara dos Representante. Os
EUA instalaram um recorde de 15 gigawatts de capacidade de geração de
energia através do sol em 2020, e a energia solar atualmente representa
um pouco mais de 3% do fornecimento de eletricidade atual, segundo o
Departamento de Energia.Realizado
pelo Laboratório Nacional de Energia Renovável do Departamento de
Energia, o “Solar Futures Study”, revela que, em 2035, os EUA
precisariam de quadruplicar a capacidade solar anual e fornecer 1.000
gigawatts de energia para uma rede renovável dominante.Em
2050, segundo o relatório, a energia solar poderia fornecer 1.600
gigawatts numa rede de carbono zero, produzindo mais eletricidade do que
a consumida atualmente em todas as residências e estabelecimentos
comerciais do país.A
descarbonização de todo o sistema de energia pode resultar em até 3.000
gigawatts de energia solar até 2050, devido ao aumento da eletrificação
nos setores de transporte, edifícios e indústria, acrescenta.No
entanto, para atingir 40% de energia solar até 2035, os EUA devem
instalar uma média de 30 gigawatts de capacidade solar por ano até 2025 -
o dobro da taxa atual - e 60 gigawatts por ano de 2025 a 2030.Estas
metas excedem em muito o que até mesmo a indústria solar tem
pressionado, enquanto o governo Biden e o Congresso debatem a legislação
sobre o clima e a energia verde. A
Solar Energy Industries Association (Associação das Indústrias de
Energia Solar, em tradução simples) pediu uma estrutura para a energia
solar poder atingir 20% da geração de eletricidade dos EUA até 2030.A
presidente e diretora-geral da Solar Energy Industries Association,
Abigail Ross Hopper, disse que o estudo do Departamento da Energia
“deixa claro” que os EUA não atingirão “os níveis de descarbonização”
necessários sem avanços significativos nas políticas.Na
quarta-feira, a associação enviou uma carta – assinada por quase 750
empresas – ao Congresso a recomendar alterações na política. “Acreditamos
que com essas políticas [recomendadas] e um setor privado determinado,
os objetivos do governo de Biden são definitivamente alcançáveis”,
acrescentou Abigail Ross Hopper.