Emprofac já colocou no mercado 64.000 máscaras ‘made in’ Cabo Verde
Covid-19
22 de mai. de 2020, 10:16
— Lusa/AO Online
De acordo com o
responsável da Empresa Nacional de Produtos Farmacêuticos (Emprofac),
indicada pelo Governo cabo-verdiano para receber em exclusivo todas as
máscaras comunitárias produzidas em Cabo Verde, para depois as colocar
no mercado, entre 10 a 12 fábricas e artesãos das ilhas de Santiago, São
Vicente e Santo Antão foram já certificados para essa produção.“Neste
momento, aquelas que nós recebemos, 64 mil máscaras comunitárias, já
entregámos tudo, entre farmácias e serviços públicos”, garantiu Fernando
Gil Évora, presidente do conselho de administração da Emprofac.O
preço da venda ao público destas máscaras, que são reutilizáveis em
conformidade com as indicações dos fabricantes, não poderá ultrapassar
os 235 escudos (2,10 euros), conforme foi estipulado pela Emprofac, e a
produção tem de ser obrigatoriamente certificada pelo Instituto de
Gestão da Qualidade e da Propriedade Intelectual (IGQPI), para poder
chegar ao mercado.A Emprofac compra as máscaras aos produtores, semanalmente, e depois revende-as aos distribuidores locais.“À medida que mais unidades produtivas são certificadas, mais máscaras compramos e colocamos no mercado", avançou.Esse
processo de distribuição das máscaras comunitárias arrancou em 11 de
maio, com a entrega pela Emprofac de um dos primeiros lotes à CV
Interilhas. Esta empresa retomou nesse dia as ligações marítimas de
passageiros entre as ilhas sem casos de covid-19, quase um mês e meio
depois da suspensão total, devido ao estado de emergência, mas agora com
a obrigatoriedade de uso de máscara por tripulação e passageiros.“Para
abrir a linha marítima era necessário ter máscaras (…) qualquer
passageiro que não tinha máscara tinha de comprar”, explicou o
presidente da Emprofac.No dia 13 foram
ainda colocadas máscaras comunitárias à venda em farmácias da Praia
(Santiago) e vendidas também aos serviços públicos.Ainda
esta semana, garantiu Fernando Gil Évora, a distribuição das máscaras
comunitárias será alargada a outros pontos de venda de fácil acesso,
como postos de combustíveis ou dos correios, inicialmente nas ilhas de
Santiago e de São Vicente.Contudo, além da
produção local, a Emprofac já importou, de vários fornecedores
portugueses, outras 100 mil máscaras comunitárias, cujo preço máximo de
venda é, neste caso, de 400 escudos (3,60 euros), garantiu Gil Évora.“Como
neste momento sabemos que a produção nacional ainda não cobre as
necessidades todas, nós importamos. Temos máscaras comunitárias
importadas de Portugal para fazer face a essa diferença entre as
necessidades e a produção nacional”, avançou.Com
esta realidade, a partir de 25 de maio o atendimento ao público, seja
em serviços do Estado ou empresas privadas, passa a ser feito
obrigatoriamente com máscaras e por determinação legal os clientes que
não as usarem não serão atendidos.Fernando Gil Évora garante que não haverá problemas por falta de máscaras à venda: “Neste momento é só uma questão de escolha”.Ainda
assim, admite que não há uma “noção exata das reais necessidades”, em
termos de máscaras, no país, até porque é uma realidade nova para todos e
que está a ser avaliada a um ritmo semanal.“As
coisas estão a acontecer um bocadinho à pressa, estamos a entrar numa
área que não conhecíamos, das máscaras comunitárias, mas eu penso que o
Governo quer aproveitar a nossa capacidade logística nas ilhas para
fazer a distribuição e até agora não temos tido nenhum problema”,
sustentou.Segundo Fernando Gil Évora, a
Emprofac já importou, desde o início da pandemia, cerca de dois milhões
de máscaras cirúrgicas, destinadas ao uso profissional, num investimento
superior a 1,6 milhões de euros, com o mercado a ter atualmente um
‘stock’ para dois meses.Cabo Verde regista um acumulado de 356 casos de covid-19 desde 19 de março, três óbitos e 95 doentes recuperados.Os
256 casos ainda ativos estão circunscritos à ilha de Santiago
(essencialmente na cidade da Praia), a única que permanece, pelo menos
até às 24:00 de 29 de maio, em estado de emergência, para conter a
transmissão.