Empréstimo obrigacionista da Saudaçor permite poupança de 26,8 ME para os Açores
15 de out. de 2019, 05:47
— Lusa/AO Online
Sérgio Ávila, que
falava na sessão de admissão do empréstimo obrigacionista da Saudaçor
(Sociedade Gestora de Recursos e Equipamentos da Saúde dos Açores) na
Euronext Lisbon, que aconteceu hoje, em Ponta Delgada, afirmou que “a
região vai pagar anualmente menos 3,3 milhões de euros no conjunto dos
oito anos”.“(…) Como é uma taxa fixa,
registará uma poupança de 26,8 milhões de euros”, informa um comunicado
remetido pelo Governo Regional.O
responsável pela pasta das Finanças da região avançou que esta poupança
“irá permitir reforçar no mesmo montante as transferências para os
hospitais e para as unidades de saúde de ilha”, isto é, a partir de
2020, “os hospitais e as unidades de saúde de ilha terão disponíveis
mais 3,3 milhões de euros por ano”.Segundo
Sérgio Ávila, em 2020, também “está previsto um reforço das
transferências para os hospitais e unidades de saúde de ilha de 26,5
milhões de euros face aos montantes de 2018”, consequência da capacidade
de reestruturar os financiamentos e obtê-los com taxas muito mais
baixas, anunciou o vice-presidente do Governo Regional dos Açores.O governante realçou com esta emissão conseguiu-se obter uma taxa de juro fixa a oito anos apenas a 0,49%.“Esta
não é apenas uma taxa de juro que baixa, não é apenas uma avaliação
extremamente positiva do mercado, o que fizemos aqui foi uma operação de
refinanciamento, ou seja, de substituição de um financiamento por outro
e conseguimos com esta operação, lançando-a no mercado, reduzir em seis
vezes a taxa desse mesmo financiamento”, explicou o vice-presidente
citado na mesma nota.A emissão de dívida foi anunciada em 03 de outubro em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).O
executivo açoriano aprovou, em julho, o decreto legislativo regional
que extingue a Saudaçor, no âmbito de uma reestruturação do setor
público empresarial regional, anunciada em fevereiro de 2018, em que o
Governo Regional anunciou a redução da sua participação direta ou
indireta em 17 empresas.“O decreto
legislativo regional está já na Assembleia Legislativa dos Açores, está a
seguir o seu caminho, mas enquanto não é extinta, nós desenvolvemos as
operações financeiras que julgamos pertinentes para reduzir os encargos
financeiros desta empresa. Uma coisa não invalida a outra”, salientou o
Governo dos Açores em setembro.À data do
anúncio da intenção de extinção, a empresa pública regional tinha uma
dívida de 640 milhões de euros, que será transferida para o executivo
açoriano.