“Empresas não viram um tostão das linhas de crédito”
8 de mai. de 2011, 12:59
— Rui Jorge Cabral
Vive no Porto, mas tem “duas costelas” nas ilhas, como gosta de afirmar: o seu pai é açoriano e a sua mulher também.
Em entrevista ao Açoriano Oriental, a propósito da conferência “O Plano Extra-Judicial de Conciliação Como Forma de Apoio e Viabilização das Empresas”, que ontem teve lugar no Hotel VIP, em Ponta Delgada, numa organização conjunta da sua sociedade de advogados, Diogo Batista mostrou-se bastante crítico das linhas de crédito de apoio às empresas - cujo dinheiro não chega a sair dos bancos - e defendeu a criação de um fundo de investimento açoriano com o garantia do Governo Regional, onde os investidores pudessem pôr o seu dinheiro com a garantia de que este seria usado nos Açores para apoiar o seu tecido empresarial.
Quais são as situações mais graves de que tem conhecimento nos Açores, a nível empresarial?
Os casos mais graves estão no sector da construção civil e do imobiliário, que é onde irão acontecer mais insolvências no curto prazo. Mas essa realidade começa já a entrar também no comércio, nalgumas empresas mal estruturadas e no problema de muitas pequenas e médias empresas açorianas estarem assentes em subsídios, bastando por vezes um atraso nesse subsídio para acabar com uma empresa. Além disso, os bancos usam as linhas de crédito de apoio às empresas para poderem financiar-se. Ou seja, não entra dinheiro nas empresas e o que os bancos fazem é reestruturar dívida antiga. Muitas empresas não viram um tostão das linhas de crédito. Os bancos ficaram com o dinheiro e com as garantias da Região Autónoma, sem que se injectasse dinheiro nas empresas que precisavam dele.*
*Leia esta entrevista na íntegra no jornal Açoriano Oriental de Domingo, 8 de Maio de 2011.