Empresas do Terceira Tech Island vão pagar 3,5 ME em salários até final de 2020
23 de jul. de 2020, 15:38
— Lusa/AO Online
“Tem um impacto económico
muito forte, porque além da qualificação dos recursos humanos e do
aproveitamento dos recursos humanos, além do fator de exportação, que
não estão aqui quantificados, apenas em remunerações aos seus
programadores, neste espaço de três anos, representou um acréscimo de
rendimento bruto superior a 3,5 milhões de euros”, adiantou o
vice-presidente do Governo Regional dos Açores.Sérgio
Ávila falava, na Praia da Vitória, na inauguração das novas instalações
da Bool, empresa de criação de 'software', que integra o projeto há
dois anos.Promovido pelo Governo Regional
dos Açores, o projeto Terceira Tech Island iniciou-se em outubro de
2017, com a formação de programadores, e desde 2018 já atraiu 24
empresas tecnológicas, instaladas em edifícios cedidos pelo executivo
açoriano, no centro da Praia da Vitória.“Hoje
temos mais 20 empresas instaladas. O Terceira Tech Island criou já mais
de 170 postos de trabalho diretos em programação”, frisou o
vice-presidente do Governo Regional.Segundo
o governante, a inauguração das novas instalações da Bool, presente na
incubadora de empresas da Praia da Vitória desde 2018, representa o
crescimento do projeto.“Mesmo neste
período de pandemia, de redução e de confinamento nós conseguimos captar
– e estão em fase de instalação – três novas empresas tecnológicas aqui
na Praia da Vitória. E temos cinco empresas que já estavam aqui
instaladas, que pelo facto de crescerem significativamente, quer em
termos de contratação de recursos humanos, quer em termos da sua
atividade, irão nos próximos dois, três meses também instalar-se em
edifícios próprios no centro da Praia da Vitória”, apontou.As
empresas do Terceira Tech Island ainda não empregam os 400
trabalhadores que o vice-presidente do executivo açoriano estabeleceu
como meta, até ao final de 2020, para recuperar o emprego extinto na
base das Lajes, mas Sérgio Ávila acredita que esse número poderá até ser
superado.“Temos como objetivo que este
projeto faça face aos efeitos diretos decorrentes da redução da presença
dos norte-americanos na base das Lajes. Penso que é consensual neste
momento que estamos a conseguir cumprir esse objetivo e aquele padrão de
referência que tínhamos não só estamos a concretizar como tudo aponta
para que nos próximos tempos seja reforçado”, frisou.Instalada
na incubadora de empresas Praia Links, em julho de 2018, a Bool iniciou
a atividade na ilha Terceira com cinco programadores, estimando
aumentar esse número para 10 até ao final desse ano.Transferida
agora para novas instalações, a empresa conta com sete programadores,
estando outros três em fase de contratação, mas o administrador, Afonso
Metello, garantiu que há intenção de crescimento.“Assim continuem a formar novos talentos, faz-nos mais sentido do que nunca apostar em crescer”, sublinhou.Segundo Afonso Metello, a pandemia da covid-19 fez despertar o interesse de empresas mais conservadoras, mesmo em Portugal.“Estamos
em tempos difíceis, complicados. A pandemia veio virar do avesso os
planos e as contas de toda a gente. Tenho muita sorte, especialmente
quando vejo as notícias, de estar numa área que não deixou de ter
procura”, revelou.A empresa, que tem sede
na Praia da Vitória, faturou 1,4 milhões de euros em 2019 e conta já com
50 funcionários, prestando serviços para clientes de oito países.