Empresas de São Miguel e Santa Maria defendem extensão de 'lay-off' e corte de impostos
Covid-19
14 de set. de 2020, 16:13
— Lusa/AO Online
“Como medidas públicas a serem tomadas para
ajudar as empresas nos próximos meses, as empresas apontaram a redução
de impostos e da TSU (87,1%), a transformação de créditos, total ou
parcialmente, em fundos perdidos (68,4%) e o prolongamento do 'lay-off'
(56,1%)”, referem as conclusões de um inquérito promovido pela Câmara do
Comércio e Indústria de Ponta Delgada junto dos associados, divulgadas esta segunda-feira.A iniciativa visou apurar como
se está a processar a retoma da atividade, as perspetivas das empresas a
curto e médio prazo, bem como as estratégias que devem ser seguidas
para promover a recuperação económica face à pandemia da covid-19.O
inquérito revela que “mais de 83% das empresas inquiridas” recorreram a
uma ou mais medidas de apoio, sendo elas nacionais ou regionais, sendo
que o ‘lay-off’ simplificado foi a medida à qual as empresas mais
recorreram (74%).De acordo com os
associados que aderiram ao inquérito, a “grande maioria das empresas
demonstra preocupação” (81,29%) em cumprir com as condições
estabelecidas em cada medida de apoio, sendo que "as que responderam
afirmativamente consideram a manutenção dos postos de trabalho a mais
preocupante” (83%).O documento aponta que
“mais de metade das empresas considera que os apoios concedidos ficaram
aquém do que era preciso” e a maioria (63%) entende que os negócios no
período após a retoma, entre maio e junho, foram “inferiores às
expectativas”.“Mais de dois terços das
empresas (67,7%) perspetivam os seus negócios para o segundo semestre de
2020 como muito negativos ou negativos e 53,5% consideram que só
voltará ao volume de negócios de 2019, depois de 2021”, refere-se no
inquérito.O turismo e a restauração são o
setor que se mostra mais pessimista com o normal retomar da atividade
económica, apontando uma data para lá de 2021 para essa normalização,
com volumes de vendas idênticos a 2019.As empresas da indústria e a construção civil mostram-se mais otimistas com a retoma.No
quadro dos fundos comunitários que a região vai receber, defendem os
empresários que devem privilegiar as empresas (71%), apostar em mercados
externos para capturar turistas (53,5%), apostar no mercado interno
regional (50,3%), melhorar os incentivos para investimentos privados
(43,9%) e privilegiar o mercado ilha (41,9%).Aponta-se
ainda a necessidade da aposta na produção interna de bens e serviços
(34,8%), de mais investimento público (24,5%), a par de uma aposta em
mercados externos para a venda de bens e serviços (23,2%) e de uma
participação pública para salvar empresas estratégicas.