Empresários reivindicam obra em via de acesso a Parque Industrial da Chã do Rego D'Água
11 de out. de 2017, 16:26
— Lusa/AO online
"Esta
concentração tem a ver com o dizer basta a uma situação que já se
prolonga há mais de oito ou nove anos, todos os dias nós vemos os nossos
colaboradores, as nossas viaturas, a nossa mercadoria ser
constantemente maltratada", disse o empresário Pedro Marques, um dos
afetados e que participou na ação de protesto. O porta-voz do
Grupo Marques lembra que estão sedeadas no local "45 empresas" com mais
de "400 trabalhadores" que, juntamente com clientes, "representam
milhares de pessoas" a circularem naquele Parque Industrial, na ilha de
São Miguel. "São autênticas piscinas que se criam ali e buracos
muito grandes que partem os carros, que partem a mercadoria, atrasam-nos
as entregas, contaminam produtos porque há empresas da área alimentar
que não podem passar ali e que são obrigadas a andar à volta e não pode
ser", sublinha. Pedro Marques diz que os empresários "já estão
por tudo" e que esperam que a obra se concretize ainda este ano,
lembrando que um conjunto de empresários "estão disponíveis para ajudar a
resolver" o problema, até mesmo comparticipando com alguma verba. "Não
bastam apenas as promessas, as boas vontades, está na altura de tratar
das adjudicações, das licenças e de avançar efetivamente com os
trabalhos (...) Estamos a falar de uma extensão de 200 metros, estamos a
falar de valores de 80/90 mil euros, portanto, nada de transcendente",
lembrou. O empresário Nuno Pereira, proprietário de uma empresa
de aluguer de viaturas pesadas afirmou que "a situação se agrava no
inverno" e que não faz sentido que o acesso continue assim quando se
trata de uma obra de pouco impacto financeiro e quando a via alternativa
não é opção. "Indo pela estrada velha, voltamos ao mesmo, a
estrada é estreita tem uma curva, já houve vários acidentes entre
pesados e ligeiros porque os pesados ocupam mais de 60% da estrada e
ocupam a outra faixa de rodagem", disse. Para o empresário
Messias Teves, proprietário de um grupo de empresas de carnes e
enchidos, "trata-se de uma falta de respeito para com os empresários"
quando se está a falar de uma obra de "tão pequena dimensão". "Porque
é que ainda não se fez uma reunião a três, ou seja, com a presidente da
Câmara da Lagoa, o presidente da Câmara da Ribeira Grande e com o grupo
de empresários que está a defender esta causa, no sentido de dar a cara
e procurar resolver. Queremos é a dignidade que nós merecemos como
empresas e empregadores que somos", disse. Segundo os
empresários, a obra estava prometida ser feita com a comparticipação das
duas autarquias porque o Parque Industrial da Chã do Rego D'Água está
situado no concelho da Lagoa e a via de acesso em causa no concelho
vizinho, na Ribeira Grande. "São pessoas conscientes que aqui
estão, isto não tem qualquer cobertura política, sabemos que em altura
de eleições tudo se promete e não é isso que nós queremos, agora que
acabaram as eleições nós queremos datas, a hora é esta de mostrar as
boas vontades", realçou Pedro Marques acerca do "timming" escolhido para
este protesto.