Empresários querem outra solução de transporte para as Flores
4 de nov. de 2019, 14:06
— Lusa/AO Online
Numa nota enviada à agência Lusa, cerca de 70
empresários das Flores referem que se reuniram em outubro com
representantes do Governo Regional, mas, “infelizmente, a mensagem que
foi transmitida revela não ter sido suficientemente clara”.O
grupo de empresários recorda que a atual solução contempla a deslocação
de embarcações da empresa Transportes Marítimos Graciosenses (TMG), mas
“é unânime, para quem recebe mercadorias nas Flores, que não é
suficiente”: são navios pequenos, de 50 metros, que “encontram
dificuldades em navegar para o grupo Ocidental” (Flores e Corvo), onde
“a ondulação é muito maior do que o grupo Central” (Terceira, Graciosa,
São Jorge, Faial e Pico), onde operam. Os
empresários admitem que estavam expectantes sobre ouvir uma alternativa à
atual situação, mas dizem que apenas receberam informação de que este
cenário se vai manter, como comunicado pela Vice-Presidência do Governo
dos Açores, por mail. Os empresários
reuniram-se também com os presidentes das câmaras municipais das Lajes e
Santa Cruz das Flores, tendo sido considerado pelos autarcas, “a uma só
voz, que a solução dos TMG não é suficiente para a ilha das Flores, nem
para o seu tecido empresarial”.Para os
autarcas, citados na nota do tecido empresarial, se “não emergir outra
alternativa num curto espaço de tempo, as suas atividades estarão
comprometidas e os postos de trabalho que empregam ficarão colocados em
causa”.De acordo com os empresários, as
vendas “já estão em queda”, além da “queda normal para a época,
comprometendo-se assim o crescimento económico da ilha das Flores que se
tem verificado”. “Não se aceita nem se
compreende a passividade com que este assunto continua a ser tratado,
nem a insistência na utilização das embarcações da TMG”, referem os
empresários, que questionam se “será do interesse de alguém insistir
numa solução estranguladora da economia da ilhas das Flores”, que
“certamente não é dos florentinos”.Na
passagem do "Lorenzo" pelos Açores, em 02 de outubro, foram registadas
255 ocorrências e 53 pessoas tiveram de ser realojadas.A
passagem do furacão causou a destruição total do porto das Lajes das
Flores, o que colocou em risco o abastecimento ao grupo ocidental.No total, o mau tempo provocou prejuízos de cerca de 330 milhões de euros, segundo o Governo Regional.