Autor: Lusa
De acordo com a CCIPD, constata-se que o setor do turismo na região “começou a evidenciar sinais de redução ainda antes do início da época baixa”, segundo os dados estatísticos disponíveis.
Em nota de imprensa, o organismo refere que, de acordo com os dados oficiais, em setembro de 2025, o número total de dormidas nos Açores foi de 521,9 mil, representando uma diminuição homóloga de 1,2%, enquanto o número de hóspedes baixou 2,0%, totalizando 152,9 mil.
“Os dados demonstram, assim, uma tendência de abrandamento que confirma os receios anteriormente expressos relativamente ao impacto das limitações nas acessibilidades e na promoção turística do destino”, segundo a CCIPD.
A CCIPD entende que o desempenho do setor “reflete constrangimentos estruturais que persistem na região, nomeadamente a insuficiência e alguma irregularidade das ligações aéreas, que condicionam a mobilidade e a competitividade”, bem como a “necessidade de reforçar a estratégia de promoção, integrada, consistente e mais eficaz, orientada para a mitigação da sazonalidade”.
O organismo representativo do tecido empresarial de Santa Maria e São Miguel considera “fundamental reforçar o trabalho conjunto entre as entidades públicas e privadas”, visando “assegurar melhores condições de conectividade e uma promoção externa mais eficaz, que garanta estabilidade e previsibilidade para o setor, só possível com um elevado índice de procura pelo destino Açores durante todo o ano e não somente nos meses de verão”.
Segundo a CCIPD, o mercado nacional registou a maior quebra (-4,6%), enquanto nos mercados externos a descida global foi de -0,1%.
Registaram-se “decréscimos significativos” nos Estados Unidos da América (-9,4%) e em Espanha (-11,3%).
“Apenas a Alemanha manteve crescimento expressivo (+13,4%), consolidando-se como o principal mercado emissor de dormidas estrangeiras” no mês de setembro, refere a CCIPD.
“Embora os
proveitos totais da hotelaria tradicional tenham aumentado 6,2% face ao
mesmo mês do ano anterior, atingindo 26,7 milhões de euros, este
crescimento resulta essencialmente do aumento das tarifas médias e não
de um acréscimo efetivo da procura”, segundo o organismo.