Empresários preocupados com "grave insegurança" na cidade de Ponta Delgada
3 de out. de 2022, 14:27
— Lusa/AO Online
A
posição foi manifestada numa reunião que juntou a Câmara do Comércio e
Indústria de Ponta Delgada (CCIPD), a Associação Regional das Empresas
de Atividades Turísticas dos Açores (AREAT), a Associação de Alojamento
Local (ALA), as Casas Açorianas e as delegações da Associação Portuguesa
das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), da Associação de Hotelaria,
Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), Associação de Hotelaria de
Portugal (AHP) e a Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis
(ARAC).Em comunicado, a Câmara do Comércio
e Indústria de Ponta Delgada adiantou que as associações empresariais
decidiram solicitar reuniões com o presidente do Governo Regional, José
Manuel Bolieiro, com o autarca de Ponta Delgada, Pedro Nascimento
Cabral, e Comando Regional da PSP, face à "situação de insegurança e de
mendicidade" em Ponta Delgada.Os
empresários consideraram que as entidades competentes devem tomar
"urgentes medidas", justificando que "os problemas que se estão a
verificar" são "diferentes dos que ocorriam há alguns anos". "O
comportamento e o perfil dos mendigos são muito diferentes, sendo mais
agressivos e muito associados a problemas de álcool e de
estupefacientes. Face a esta nova realidade, persistem políticas e
medidas antigas para os combater, cujos resultados são inaceitáveis",
alertaram os empresários.Segundo as associações, as ocorrências são principalmente no centro de Ponta Delgada, "mas não só".Há,
dizem, "situações degradantes protagonizadas por pessoas sem-abrigo",
outras "alcoolizadas", e ainda "toxicodependentes, que utilizam a via
pública e espaços de estabelecimentos comerciais para ações que colocam
em causa a saúde e a segurança pública".Os
empresários apontaram ainda para uma "galopante mendicidade" com
"comportamentos muito agressivos e insistentes junto dos transeuntes
locais e visitantes".No entender dos
empresários, tem havido ao longo dos anos "uma evidente falta de
responsabilização, cooperação e interligação entre as diversas entidades
que têm competências para combater estas situações".Face
à "situação grave que se vive atualmente" ao nível da saúde pública,
ordem pública, as associações empresariais pedem urgência na alteração
das políticas sociais, porque "não estão a responder de forma
satisfatória ao aumento da pobreza, da mendicidade, do alcoolismo e da
toxicodependência, numa perspetiva de ajudar e dar maior dignidade às
pessoas". "É necessário que o Governo Regional faça muito mais e melhor nesta área", lê-se no comunicado.Os
empresários pedem também uma intervenção concertada e integrada da PSP,
Câmara Municipal e Governo Regional que permita "um plano de ação
conjunto, de curto, médio e médio prazo".Solicitam
também policiamento diurno e noturno da polícia municipal, em
cooperação com a PSP, que deve ainda reforçar "o policiamento atuante,
na rua" e a sensibilização das entidades judiciais para uma aplicação
das leis, que "tenha em conta esta realidade".Outra
das medidas propostas pelos empresários é a identificação dos locais
críticos e maior presença policial nos mesmos, a restituição do espaço
público (jardins, ruas e praças) às famílias e aos turistas, que
"deixaram de os utilizar, devido à insegurança e ao importuno constante
de mendicidade agressiva".