Empresários pedem atuação “urgente” face à mendicidade e insegurança em Ponta Delgada
15 de set. de 2022, 17:30
— Lusa/AO Online
Numa carta enviada
aos presidentes do Governo dos Açores, da Câmara de Ponta Delgada e ao
Comando da Polícia de Segurança Pública (PSP), disponibilizada à
comunicação social, a CCIPD alerta para o “aumento crescente
da insegurança” no centro histórico da maior cidade açoriana.Segundo
a organização representativa dos empresários, a insegurança é causada
pelo “aumento de mendicidade, que, em muitos casos, se tem tornado
agressiva”.“Entende esta Câmara [do
Comércio] que é muito urgente e inadiável que a autarquia, as forças de
segurança e o Governo Regional atuem de forma conjunta, concertada e
integrada, dentro das competências de cada entidade, de forma a
alterar-se a situação”, lê-se na missiva.A
CCIPD avisa que existem “linhas mal definidas de atuação” entre os
poderes políticos regionais e municipais e as forças de segurança, o que
“leva à passagem de responsabilidades de uns para outros”.“Só
atuando de forma integrada se poderá criar melhores condições de
segurança e de atratividade no centro histórico para uma profícua
coabitação de moradores, empresários e turistas”, refere a Câmara de
Comércio.A organização, liderada por Mário
Fortuna, salienta ainda que a situação tem originado “manifestações de
muita preocupação” por parte dos empresários, até porque “prejudica
direta e indiretamente os respetivos negócios”.A
CCIPD relata casos de pessoas sem-abrigo que utilizam espaços
comerciais para dormir, “desacatos entre mendigos e pessoas alcoolizadas
e drogadas", "insultos a transeuntes" e "alcoolizados e drogados
deitados na rua, alguns sem roupa”.Os
empresários alertam também para a “mendicidade muito insistente e
agressiva”, para o “consumo de bebidas alcoólicas na via pública” e para
a “invasão de espaços privados para consumo de droga”.“O
que torna mais preocupante é o crescimento destas situações ao longo
dos últimos anos, sem que se vislumbre a tomada de medidas para as
resolver, ou então a ineficácia das que têm sido tomadas”, condena a
Câmara do Comércio.A situação dos
indigentes na baixa de Ponta Delgada motivou uma petição, subscrita por
mais de 90 pessoas, incluindo o presidente da autarquia, Nascimento
Cabral, a solicitar mais policiamento nas ruas, conforme noticiou o
Açoriano Oriental a 30 de julho.À Lusa, a
PSP reiterou a posição manifestada aquando da divulgação da petição,
lembrando que a condição de sem-abrigo ou de mendicidade “não representa
por si só um quadro criminal ou sequer contraordenacional”, tratando-se
antes de um “problema social”.