Empresários nos Açores querem definição "urgente" de calendário para turismo
Covid-19
11 de mai. de 2020, 11:41
— Lusa/AO Online
A posição
da Direção e a Comissão Especializada do Turismo da Câmara do Comércio e
Indústria de Ponta Delgada (CCIPD) foi manifestada numa reunião na
sexta-feira, onde foi analisada a situação do setor, abordadas as
experiências já iniciadas da retoma da atividade em vários países e
regiões e feita uma reflexão sobre as perspetivas que se colocam ao
futuro do turismo na região e, em especial em São Miguel e Santa Maria.É
preciso "definir, com urgência, um calendário contemplando a abertura
das ligações internas e com o exterior, a respetiva política de
transportes e o fim da quarentena dos viajantes", propõe a Direção e a
Comissão Especializada do Turismo da CCIPD, referindo que a "atual
indefinição" na sequência da Covid-19 "está a paralisar toda a atividade
não só a imediata, mas também para os próximos meses".No
entender da CCIPD, as empresas do turismo "precisam, com muita
antecedência, de saber com o que podem contar para decidirem quando
abrem ou se encerram definitivamente", tendo em conta as atuais
circunstâncias devido à pandemia.Lembrando
que o setor do turismo foi "responsável, em 2019, por mais do que 12%
do PIB e 20% do emprego (direto e indireto) dos Açores", a Comissão
Especializada em Turismo da CCIPD aponta, em comunicado, que "quanto
mais tardia for a resposta regional, mais funda será a crise, maior será
o desemprego" e "maior" será o "esforço para voltar a colocar os Açores
nos mercados, tarefa que demorou muitos anos a conseguir"."Um
colapso do setor do turismo provocará uma hecatombe maior do que a da
construção civil na última crise, quando só este setor perdeu mais de
12.000 postos de trabalho", alerta.A
Direção e a Comissão Especializada do Turismo da CCIPD consideram
"profundamente preocupante a situação do setor", que está "quase
totalmente inativo" devido à pandemia, com "impactos avassaladores na
situação financeira das empresas".Numa
altura em que "todos os exemplos atuais de retoma assumem a convivência
com o vírus, assumindo as devidas cautelas adicionais da população e das
empresas", a Direção e a Comissão Especializada da CCIPD entendem que a
nível regional é preciso "planeamento", uma "clareza de objetivos" e
"metas de reabertura" por parte das entidades competentes para que "os
operadores e os turistas possam programar as suas atividades, à
semelhança do que acontece um pouco por todo o mundo".É
preciso definir com "urgência, a estratégia a seguir para a retoma da
atividade, trabalhando a imagem do destino nos mercados", sublinha a
CCIPD, apontando que se está a verificar "uma grande agressividade de
destinos concorrentes" também para retomarem. "Prolongar
o ‘lay-off’ simplificado ou criar uma medida equivalente, até que a
atividade retome a normalidade, que se perspetiva só venha a ocorrer no
2º trimestre de 2021", e "medidas que ajudem a suportar custos não
salariais, a fundo perdido, uma vez que muitas empresas não terão
receitas significativas durante mais de 12 meses", são outras das
propostas da CCIPD para o turismo.