Empresários dos Açores preocupados com limitações na análise de candidaturas ao Solenerge
9 de out. de 2025, 16:28
— Lusa/AO Online
De
acordo com a CCIPD, apesar do reforço da dotação financeira em mais 41
milhões de euros, “a capacidade da administrativa para responder aos
pedidos apresentados continua a revelar significativas limitações”.Em
comunicado, a Câmara do Comércio aponta uma “excessiva burocracia” e
“um ritmo de análise insuficiente face ao período remanescente do
programa e ao tempo necessário para as empresas procederem às
instalações” como os principais obstáculos.Criado
ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o Solenerge
comparticipa a 100% as despesas elegíveis com a aquisição e instalação
de sistemas fotovoltaicos, até um limite de 1.500 euros por quilowatt
instalado.O programa destina-se a cidadãos
e entidades coletivas, com exceção da administração regional e da
administração direta do Estado.Para
exemplificar, a CCIPD refere que, de acordo com declarações da Direção
Regional da Energia, em 28 de setembro, desde julho foram concluídas
cerca de 700 análises adicionais, o que corresponde a uma média de 233
análises por mês.O mais recente relatório
de execução do Solenerge “indica que permanecem 2.186 candidaturas por
concluir a análise”, o que, “mantendo o ritmo médio atual, significaria a
necessidade de mais de nove meses até à conclusão total das análises,
que é incompatível com o prazo máximo de execução: 30 de junho de 2026”.“Esta
situação é particularmente grave, uma vez que o ónus do atraso na
execução do programa não pode ser imputado aos empresários, que têm
demonstrado empenho e disponibilidade para investir na transição
energética”, refere a organização representativa dos empresários. De
acordo com a CCIPD, a "inexistência de capacidade de resposta atempada
por parte da administração pública coloca em risco a concretização dos
projetos dentro dos prazos estabelecidos, inviabilizando a execução
integral das candidaturas aprovadas”.A
CCIPD considera ser “imperioso e urgente reforçar a capacidade de
análise e decisão dos serviços competentes”, através do reforço de
recursos humanos, da contratação externa de apoio técnico para a análise
das candidaturas ou da simplificação dos procedimentos administrativos
atualmente em vigor.