Empresários dos Açores preocupados com “agravamento brutal” da energia em 2023
16 de dez. de 2022, 18:20
— Lusa/AO Online
Na sequência da divulgação pela ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos,
das tarifas e preços para a energia elétrica para vigorar a partir de 01
de janeiro de 2023, a CCIPD “constata, com profunda preocupação, que os
consumidores de eletricidade dos Açores vão sofrer um agravamento
brutal do preço da energia elétrica no próximo ano, em especial os
consumidores que utilizam maiores níveis de tensão”.Segundo
o organismo, para os consumidores de média tensão, o aumento de preço
em janeiro será de 53% para a componente de potência e entre 58% a 63%
para a componente de energia, “representando um aumento médio que andará
próximo dos 60%, conforme a estrutura de consumo”.“Este
valor, se conjugado com o aumento de preços verificado no mês de julho,
representa um aumento do preço médio anual em 2023, face a 2022, de
cerca de 65%”, afirma a CCIPD.No caso da
tarifa de baixa tensão especial, o aumento de preço em janeiro será de
"35% para a componente de potência e entre 40 a 44% para a componente de
energia, representando um aumento médio que rondará os 40%, conforme a
estrutura de consumo".De acordo com a
CCIPD, este agravamento de preços “vai atingir a generalidade do setor
industrial e de serviços, incluindo as atividades de laticínios, fabrico
de rações, moagens, panificação, conservação e transformação de
pescado, metalomecânica, tipografia, licores, compotas, restauração,
construção civil, hotelaria, distribuição alimentar, comércio assim como
outras infraestruturas de serviços essenciais à população onde se
incluem aeroportos, portos, hospitais, centros de saúde, lares de idosos
ou escolas”.Segundo o organismo, a
atualização “aumentará de forma significativa os respetivos custos, que
não poderão ser absorvidos pelas empresas nesta circunstância e terão
que ser repercutidos, total ou parcialmente, sobre a cadeia de valor”.
Este facto irá “agravar o preço final dos bens e serviços, com natural
aumento da taxa da inflação e impacto sobre o orçamento das famílias que
enfrentam um contexto macroeconómico especialmente desafiante”.As
empresas regionais vão “perder competitividade, quer no mercado
interno, quer em mercados externos, uma posição já de si enfraquecida
face às suas congéneres nacionais e europeias que têm, historicamente,
tido acesso a energia a custos muito inferiores aos praticados na
região”, de acordo com os empresários. A
CCIPD considera que a situação é “especialmente gravosa para os
consumidores de eletricidade de maiores níveis de tensão” e “exige e
impõe que as entidades responsáveis adotem urgentemente medidas
mitigadoras dos custos com a energia elétrica, à semelhança do que tem
sido efetuado a nível nacional e comunitário".A CCIPD vai solicitar, com caráter de urgência, uma reunião com o presidente do Governo Regional.