Empresários dos Açores pedem plano de contingência em caso de fecho da Azores Airlines
7 de out. de 2025, 12:07
— Lusa/AO Online
Num comunicado onde são
apresentadas as conclusões do Fórum CCIA - Encontro Empresarial dos
Açores, os empresários propõem que seja criado um “plano de
contingência, no caso de a solução para a Azores Airlines vir a ser o
seu encerramento”, com “medidas e soluções que contemplem, nomeadamente,
as atuais rotas e frequências” asseguradas pela companhia aérea.A
CCIA defende também a necessidade de a SATA Air Açores “disponibilizar
maior oferta para dar resposta à procura nas ligações interilhas,
sobretudo em algumas épocas do ano, para se evitar as situações que têm
impedido a normal circulação de turistas e residentes”.A
posição surge numa altura em que está a ser negociada a privatização da
Azores Airlines com o consórcio Newtour/MS Aviation, tendo o Governo
Regional (PSD/CDS-PP/PPM) admitido a possibilidade de uma negociação
particular ou o encerramento da companhia, caso não seja possível
alcançar um acordo.Segundo as conclusões
do Fórum CCIA, que juntou empresários e associações de várias ilhas
açorianas, os empresários pretendem que no Plano e Orçamento da região
para 2026 seja dada “maior relevância para o setor privado” e sugerem a
implementação de medidas para reduzir as despesas correntes de forma
“contínua e consistente”.“Tem que ser
invertida a trajetória muito preocupante de agravamento do desequilíbrio
entre as receitas e as despesas, que tem contribuído para o acentuar da
situação difícil das finanças públicas regionais”, lê-se no comunicado.Os
empresários salientam que as execuções do Programa Operacional (PO)
Açores 2030 e do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) devem ser um
“objetivo prioritário de toda a sociedade açoriana” em 2026.“O
Fórum dedicou especial atenção ao PRR, ao PO Açores 2030 e a outros
fundos, constatando, com muita preocupação, que os mesmos apresentam
baixas taxas de execução, o que significa que é indispensável um esforço
muito significativo para alterar esta situação”, referem.A
organização alerta que o PRR nos Açores regista uma taxa de execução
global de 42,7% e que “falta executar, em menos de um ano, mais do dobro
do que foi executado desde 2021.Assim, os
empresários propõem a “criação de um plano que estabeleça uma inversão
na trajetória de agravamento do endividamento público regional, com
horizonte temporal de médio prazo”.“Não é possível que a dívida pública regional continue a ter um crescimento contínuo”, salientam.A
CCIA defende também uma “estratégia forte de combate à sazonalidade” no
turismo e a revisão do modelo de transporte marítimo e insiste numa
revisão da Lei de Finanças Regionais e numa reforma da administração
pública regional."O Fórum considerou que
deve ser prioritário proceder a uma reforma do 'Estado regional', não
podendo a região ficar à margem do que se está a passar a nível nacional
nesta matéria. Os Açores necessitam de uma administração mais ágil,
leve, desburocratizada", concluem.