Empresários dos Açores dizem que turismo precisa de uma "visão estratégica"

Hoje 19:19 — Lusa

Gualter Couto intervinha na cerimónia comemorativa dos 190 anos da CCIPD, tendo sinalizado ainda “problemas crescentes de segurança que afetam toda a sociedade”.De acordo com o dirigente do tecido empresarial de São Miguel e Santa Maria, no turismo, “setor mais relevante da economia regional” da atualidade, “enfrenta-se hoje um risco real de retrocesso”.“O Governo Regional continua a falhar nas duas áreas em que tem responsabilidade direta e incontornável: garantir acessibilidades aéreas e assegurar uma promoção turística profissional, robusta e estrategicamente orientada. Não o fazendo, fragiliza todo o tecido económico dos Açores”, afirmou.Gualter Couto apontou três “prioridades estratégicas que devem orientar a ação pública e privada nos próximos anos”, a primeira das quais são as acessibilidades e transportes, uma vez que “sem ligações eficientes, nenhuma economia insular é competitiva”.“Os Açores precisam de um sistema moderno, previsível e ajustado à nossa realidade”, frisou.Outra das prioridades é a “sustentabilidade financeira e responsabilidade pública”, que, segundo o dirigente, se garante através do “pagamento atempado às empresas”, sendo que o “respeito pelos compromissos do Estado são condições básicas para a confiança e o investimento”.Gualter Couto apontou como última prioridade a “profissionalização e visão estratégica no turismo", uma vez que a “maior alavanca económica exige consistência, conhecimento técnico, continuidade e investimento reforçado na promoção”.De acordo com o líder da CCIPD, “não é possível competir com improvisação e reação em vez de um planeamento assertivo e alinhado”.Gualter Couto recordou que a CCIPD “é uma das mais antigas associações empresariais do país”, sendo que a sua criação, em 1835, “assentou no espírito empreendedor, no associativismo e na determinação dos primeiros comerciantes e industriais que decidiram organizar-se para defender o interesse económico coletivo em tempos de grandes incertezas”.“Foi assim na monarquia, na República, no Estado Novo e também tem sido assim na autonomia regional. Ao longo do século XIX, a nossa instituição acompanhou – e influenciou – o desenvolvimento das ilhas. Viveu as oscilações dos ciclos económicos, do trigo ao pastel, da laranja ao álcool, enfrentou adversidades impostas por decisões externas e soube, sempre, defender o que era justo para a nossa economia insular”, disse.