Empresários de São Jorge alertam para impactos da greve na Atlanticoline na economia local
8 de jul. de 2024, 11:18
— Lusa/AO Online
De acordo o
NEISJ, a paralisação “quase total do transporte marítimo de passageiros
comprometerá gravemente a experiência dos visitantes e a
sustentabilidade de centenas de empresas locais” na ilha de São Jorge.O
sindicato que representa os maquinistas da Atlanticoline apresentou um
pré-aviso de greve, entre 12 de julho e 12 de agosto, alegando que a
administração da empresa não está a cumprir com o pagamento de horas
extraordinárias.Entre março e abril, a
Atlânticoline cancelou mais de 50 viagens entre as denominadas ilhas do
Triângulo (Faial, Pico e São Jorge), devido a uma greve dos maquinistas,
que exigiam melhores condições salariais.Na
nota agora divulgada, o núcleo empresarial alerta que a greve
“dificultará a mobilidade interilhas, resultando em cancelamentos e
alterações de planos de viagem por parte dos turistas”. “Estima-se
que mais de metade das viagens previstas sejam afetadas, comprometendo a
facilidade de deslocação essencial para o turismo regional dado que uma
grande parte dos turistas utiliza o transporte marítimo para viajar
entre as ilhas”, refere o NEISJ.Relativamente
aos prejuízos económicos, os empresários identificam impactos nas
unidades de alojamento, restaurantes, empresas de animação turística,
empresas de aluguer de viaturas e outras atividades relacionadas, que
“irão sofrer uma diminuição significativa nas suas receitas”.De
acordo com os empresários, a “queda no número de turistas impactará
diretamente os negócios locais, que dependem do fluxo contínuo da época
alta para manter as suas operações e postos de trabalho”, sendo que “os
impactos na economia local ultrapassarão certamente um milhão de euros
por semana”. O NEISJ identifica ainda
“danos em termos de imagem e promoção”, sustentando que a “facilidade de
mobilidade entre ilhas é determinante na escolha do destino Açores, um
fator que fica gravemente comprometido e criará experiências negativas
cujo impacto futuro a médio e longo prazo não é mensurável”.Além
disso, acrescentam os empresários, o “aumento nos pedidos de
cancelamento e reembolsos sobrecarregará as agências de viagens e
operadores turísticos, criando um ambiente de incerteza e frustração em
relação ao destino, comprometendo a organização de operações que incluam
o arquipélago no futuro”.“Embora
reconheçamos o direito à greve, é fundamental que tal direito não
prejudique centenas de empresários que aguardam a época alta para
assegurar a sustentabilidade das suas empresas e a manutenção de postos
de trabalho. A continuidade desta situação poderá causar danos
irreversíveis que levarão anos a ser superados”, alerta o núcleo
empresarial.O NEISJ considera que “tendo
em conta o histórico da postura dos trabalhadores da Atlânticoline que,
de forma abusiva e reiterada, prejudicam a empresa e a débil economia
das ilhas que servem”, aconselha-se “vivamente que o Governo Regional
pondere alternativas como a requisição civil ou, futuramente, a
privatização da empresa”.