Empresários de Ponta Delgada alertam para perceção de insegurança na cidade
24 de jul. de 2024, 15:02
— Lusa/AO Online
“A
direção da CCIPD considera que a situação de segurança está agravada e,
no nosso entender, os responsáveis não estão a fazer o suficiente para
resolver uma situação que é atualmente degradante para os residentes e
para quem nos visita”, considera a câmara de comércio em comunicado.A
associação empresarial das ilhas de São Miguel e Santa Maria revela que
os seus associados têm alertado nos últimos meses para “a perceção de
insegurança sentida, em particular com clientes de hotéis, restaurantes e
de comércio na cidade de Ponta Delgada”, acrescentando que “esta
perceção é também transversal aos residentes”.“A
direção considera que esta falha grave, constatada no nosso quotidiano,
tem de ser urgentemente colmatada por quem de direito”, sublinha.A
CCIPD, que se reuniu na terça-feira, alertou, por outro lado, para os
atrasos no pagamento dos programas de manutenção de emprego às empresas
por parte do executivo açoriano.Segundo os
dados recolhidos pela associação empresarial, mais de metade das
empresas que concorreram a estes apoios aguardam pelo pagamento há mais
de seis meses.No caso do programa PME I,
“45,5% das empresas registam um atraso nos pagamentos entre seis e 12
meses e 21,2% afirmam que o atraso é superior a 12 meses” e, no caso do
PME II, “50% das empresas registam um atraso nos pagamentos entre seis e
12 meses e 18,8% afirmam que o atraso é superior a 12 meses”.“A
direção da CCIPD considera de extrema relevância e urgência a
regularização destas situações, tanto mais que as empresas mais pequenas
sofrem um impacto muito significativo devido ao elevado custo do
financiamento, necessário para colmatar os atrasos nos pagamentos”,
lê-se no comunicado.A associação
empresarial apela ainda a um reforço de verbas no próximo orçamento
regional para evitar os atrasos no pagamento aos fornecedores do Serviço
Regional de Saúde e pede que a contingência da recuperação dos estragos
causados pelo incêndio no Hospital Divino Espírito Santo “não venha a
agravar de novo a situação”.“A direção
congratula-se com o anúncio de que o Governo da República aprovou a
transformação de dívida em dívida financeira no valor de 75 milhões de
euros, o que poderá aliviar o problema dos pagamentos em atraso, sendo
que, no entanto, o problema não fica sanado por insuficiência desta
verba, considerando-se fundamental a orçamentação de nova verba
equivalente para o orçamento de 2025”, adianta.No
mesmo comunicado, a CCIPD “congratula-se com a disponibilidade
manifestada pela Ryanair para reabrir a sua base em Ponta Delgada,
reunidas que sejam as condições de custos operacionais aeroportuários”, e
pede a intervenção do executivo açoriano para que esta possibilidade se
concretize.Segundo os empresários
açorianos, a companhia aérea de baixo custo “contribuía muito para o
esbatimento da sazonalidade do turismo dos Açores, em geral, e do de São
Miguel em particular”.“O encerramento da
base e redução dos voos no inverno IATA marcou negativamente a atividade
turística levando a taxas de crescimento muito reduzidas em São Miguel.
Por esta razão, a direção da CCIPD exorta o Governo Regional dos Açores
a expressar, junto do Governo da República, a importância de uma
política de recuperação e alargamento das bases de operação da Ryanair
que leve à reabertura da base de Ponta Delgada”, salientam.