Empresários de Angra querem conhecer caderno de encargos sobre estudo de transportes marítimos
8 de ago. de 2022, 16:47
— Lusa/AO Online
Em
maio, a secretária Regional dos Transportes, Berta Cabral, revelou que o
Governo açoriano ia avançar com “uma consulta para o estudo dos
transportes marítimos de cabotagem dentro da região”, adiantando que o
caderno de encargos estava praticamente concluído.Agora,
em comunicado, a Comissão de Transporte e Logística da Câmara do
Comércio de Angra, na ilha Terceira, sublinha que "já foram conhecidas
as quatro empresas convidadas a apresentar propostas" para a realização
daquele "documento estratégico regional", pelo que seria "importante
conhecer o caderno de encargos do estudo".A
comissão, que se reuniu para debater o futuro dos transportes marítimos
e "os constrangimentos atuais" do porto da Praia da Vitória, considera
igualmente importante conhecer "qual o critério de seleção das empresas"
e "a constituição do júri do procedimento".No
comunicado enviado a propósito da reunião, a comissão assinala que um
dos pontos abordados foi precisamente o estudo sobre o modelo de
transportes marítimos.Para a comissão, o
estudo "deve ter como princípios base a isenção, para ser credível, o
transporte marítimo como alavanca para o desenvolvimento económico de
todas as ilhas, a redução da pegada ecológica, uma participação ativa de
todas as forças vivas e principais 'players' da região”, nomeadamente a
Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo, e deve ainda referenciar os
vários estudos realizados anteriormente no arquipélago."É
imprescindível, para o sistema de distribuição de mercadorias funcionar
com eficácia, que as ligações interilhas funcionem de forma eficaz e
programada", lê-se no comunicado.Por isso,
o estudo "em adjudicação deve também debruçar-se sobre o designado
mercado interno e as necessidades específicas de determinadas
exportações e importações", acrescenta a comissão.Por
outro lado, a comissão reforça a preocupação pela "diminuição das
ligações marítimas" entre as ilhas, sobretudo "entre a ilha Terceira e
as restantes do grupo Central", alertando que a situação tem prejudicado
"os empresários". Outra preocupação
manifestada pelos membros da comissão prende-se com o funcionamento do
porto da Praia da Vitória, na Terceira, reivindicando "um modelo de
gestão global eficiente" para a infraestrutura portuária e um plano
estratégico.Segundo a Câmara do Comércio
de Angra, o porto carece de investimentos em equipamentos, existindo
ainda constrangimentos na infraestrutura motivados pelas limitações de
horário, que prejudicam a operacionalidade.Além disso, deveria também existir uma intervenção nas tarifas aplicadas no porto para permitir “maior competitividade". Por
outro lado, acrescenta a comissão, deveria ser mantida a ligação direta
entre o porto de Leixões e o porto da Praia da Vitória, "mesmo após o
fim das obras no porto de Ponta Delgada", na ilha de São Miguel.Em
maio, a secretária dos Transportes dos Açores, Berta Cabral, garantiu,
no parlamento açoriano, que o Governo quer “a construção de um
verdadeiro mercado interno” no modelo de transporte de mercadorias
interilhas.“Vamos avançar, em junho, com
uma consulta para o estudo dos transportes marítimos de cabotagem dentro
da região. O caderno de encargos está praticamente concluído. Neste
momento, estamos a ponderar com muito cuidado todos os termos de
referência para fazerem parte do caderno de encargos”, referiu, na
altura, a governante, salientando que o novo estudo para os transportes
marítimos “tem obrigações de serviço público”.A
secretária Regional indicou ainda que “o Governo está recetivo para
melhorar o sistema e alterar o sistema para as ilhas que não estão bem
servidas”.