Empresários da Terceira acusam SATA de discriminar a ilha no reforço de ligações no Natal
Hoje 16:15
— Lusa/AO Online
“A
CCIAH solicita à senhora secretária regional do Turismo, Mobilidade e
Infraestruturas, Berta Cabral, que intervenha no sentido de corrigir
esta situação e assegure, com urgência, a reposição do princípio de
equidade na distribuição das ligações aéreas entre todas as ilhas”,
avançou a associação empresarial, em comunicado.O
Grupo SATA anunciou no dia 13 de novembro que as companhias aéreas
Azores Airlines e SATA Air Açores iriam reforçar a operação na época de
Natal e Ano Novo, com mais 5.000 lugares nas rotas com destino aos
Açores e 3.500 lugares nas ligações interilhas.“Este
reforço contempla as ligações entre o continente português (Porto e
Lisboa) e o arquipélago dos Açores (Ponta Delgada, Santa Maria, Faial e
Pico) e entre os arquipélagos da Madeira e dos Açores, entre 08 de
dezembro e 04 de janeiro, com maior incidência entre 20 de dezembro e 04
de janeiro”, adiantou a SATA, numa nota de imprensa.A
associação que representa os empresários das ilhas Terceira, São Jorge e
Graciosa manifestou hoje a sua “profunda indignação” com o facto de o
reforço da operação nesta quadra excluir as ligações à Terceira, a única
das cinco ilhas com ligações ao exterior do arquipélago que não tem um
aumento de lugares disponíveis.“Não existe
qualquer justificação operacional, económica ou estratégica para esta
decisão, que penaliza a segunda maior economia dos Açores e compromete a
mobilidade das famílias e das empresas”, afirmou, em comunicado.A
CCIAH acusa a SATA de “promover o divisionismo dentro da região,
tratando de forma desigual cidadãos que devem ter os mesmos direitos de
mobilidade, independentemente da ilha onde residem”.“Os
empresários da ilha Terceira têm realizado, nos últimos anos, um
investimento significativo no desenvolvimento turístico, cumprindo
plenamente a sua parte na afirmação da ilha como destino credível e
competitivo. Não pode ser uma companhia pública, como a SATA, a limitar
esse esforço, destruindo valor e travando o crescimento económico que a
iniciativa privada tem promovido com determinação”, frisou.A
associação empresarial alega que tem havido uma “centralização dos voos
na ilha de São Miguel”, promovida pela atual administração da SATA,
que, além de penalizar as restantes ilhas, “representa um acréscimo
claro nos custos operacionais da própria companhia e dificulta a
mobilidade de todos os açorianos, criando um modelo de transportes
desequilibrado e ineficiente”.“Torna-se
cada vez mais difícil não concluir que existe, por parte da companhia,
uma postura que transmite a clara impressão de um orgulho mal-entendido e
de uma vontade persistente em prejudicar especificamente a ilha
Terceira", apontou. "O sentimento
generalizado entre empresários, instituições e cidadãos é o de que a
Terceira tem sido alvo de uma atuação discriminatória e repetida,
incompatível com a missão pública, regional e integradora que a SATA
está obrigada a cumprir”, acrescentou.