Empresários da ilha Terceira insatisfeitos com estratégia de promoção turística

A Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo (CCAH) criticou a estratégia de promoção turística da ilha Terceira, nos Açores, e as ligação aéreas existentes para ilha, alegando que há falta de “reconhecimento” do destino.


Autor: Lusa/AO Online

“Manifestámos à direção da ATA [Associação de Turismo dos Açores] a nossa insatisfação acerca da forma como a Terceira está a ser promovida no exterior. É convicção da direção da CCAH que é necessária uma alteração da estratégia, que tem sido errada e insuficiente, e que levará sempre aos mesmos resultados, ou seja, a falta de reconhecimento do destino”, adiantou a associação empresarial, em comunicado de imprensa.

A posição surge na sequência de uma reunião da direção da Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo com o secretário regional dos Transportes, Turismo e Energia, Mário Mota Borges, e com a direção da Associação de Turismo dos Açores, realizada no passado sábado, depois de os empresários se terem mostrado preocupados "com a escassez de ligações aéreas para a ilha Terceira".

A associação empresarial, que representa empresários das ilhas Terceira, São Jorge e Graciosa, disse ter sido informada de que, no próximo verão, a companhia aérea açoriana SATA irá disponibilizar 9.000 lugares em voos para Boston, Oakland (Estados Unidos) e Toronto (Canadá) ​​​​com ligação à ilha Terceira, alegando que isso se traduz numa “redução de 21,82%”, em comparação com 2019.

“Fomos informados de que a ATA assume o recomeço da operação da TUI que liga Amesterdão à ilha Terceira. Foi ainda vincada, por parte da diretora regional do Turismo, a determinação em que a Ryanair recomece a ligação Londres-Terceira”, acrescentou.

Quanto às ligações da Terceira a Portugal continental, a CCAH “manifestou o seu desagrado” com distribuição dos voos pela semana, alegando que a ilha fica alguns dias sem ligações ao exterior.

“Considera a direção não ser admissível que a SATA concentre as suas ligações na sexta-feira e sábado, onde já existem duas ligações com Lisboa, garantidas pela TAP e Ryanair, passando, assim, a oferta para três voos, o que manifestamente não se justifica”, afirmou.

A associação empresarial reivindicou ainda que fosse encontrada atempadamente uma solução para que a companhia aérea de baixo custo Ryanair continuasse "a voar de forma regular entre Lisboa e a Terceira”, mas disse que o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) manifestou “toda a disponibilidade para que tal aconteça”.

Em relação às ilhas Graciosa e São Jorge, a CCAH expressou “preocupação” com as ligações interilhas da SATA Air-Açores.

“Foram apresentadas alternativas objetivas para a sua melhoria, tendo em conta os previsíveis constrangimentos resultantes da procura de ligações interilhas devido à implementação das tarifas de 60 euros, o que poderá criar dificuldades de mobilidade aos habitantes das ilhas”, apontou.

A direção da câmara de comércio disse ainda ter apresentado uma “proposta concreta e devidamente quantificada” para a implementação de um modelo de transportes “que permita o desenvolvimento, em igualdade de oportunidades, para o tecido empresarial das nove ilhas dos Açores, sem qualquer descriminação”.