Empresários alertam que Açores continuam a divergir do país e da União Europeia
20 de dez. de 2022, 19:40
— Lusa/AO Online
Em comunicado,
os empresários açorianos apontam ainda a “crescente prevalência de
insegurança, resultante do consumo de estupefacientes”, o “consequente
aumento da instabilidade social, por via da pobreza e da exclusão
social”, a par do relacionamento com o Governo da República, que
“evidencia divergências com implicações negativas para as empresas e as
famílias”.Para a CCIA, é “sintomático
disto o não alargamento aos Açores da compensação para o aumento do
salário mínimo, a estanquidade da aplicação dos fundos que leva à
exclusão dos Açores de diversas medidas nacionais, a ausência de
qualquer apoio no financiamento dos custos acrescidos da pandemia,
contrastando com os apoios concedidos, por exemplo, no caso dos danos
causados pelo Furacão Lorenzo”.O fórum da
CCIA teve lugar na segunda-feira, por videoconferência, contando com a
participação de cerca de trinta empresários representando as associações
empresariais dos Açores e envolvendo os vários setores de atividade,
acrescenta-se na nota de imprensa.Os
aspetos que causam “séria apreensão” aos empresários são o “acréscimo de
custos de contexto, especialmente movidos pelos custos energéticos,
agora com particular relevo para o brutal aumento do preço da
eletricidade para a produção, os custos de matérias primas e os
logísticos e a continuada subida das taxas de juro, dada a evolução da
inflação”.O tecido empresarial aponta
também “os atrasos na finalização/pagamento das candidaturas dos apoios
das linhas desenhadas para mitigar os impactos da pandemia, penalizando
as empresas que se vêm confrontadas com reembolsos de empréstimos”.Existe
ainda uma “continuada falta de clarificação dos instrumentos de
recapitalização no âmbito do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência]
dos Açores, que não pode ser feita em exclusivo com recurso a capital de
risco, sendo que este instrumento não responde a uma verdadeira
'capitalização'”.A CCIA aponta como
"aspetos positivos" a manutenção do pacote fiscal que “se aplica na sua
plenitude desde 2021, com o alargamento do diferencial fiscal para os
níveis máximos permitidos pela Lei de Finanças das Regiões Autónomas”, a
manutenção da Tarifa Açores e o “anúncio da intenção de introdução de
melhoramentos significativos no quadro da formação profissional”.O
organismo representativo dos empresários salvaguarda como “grandes
objetivos a prosseguir” a “recuperação das empresas para a
sustentabilidade do emprego”, a criação de uma “base económica mais
forte para o futuro, reforçando e modernizando os pilares existentes e
desenvolvendo novas atividades”.De acordo
com a CCIA, torna-se imperioso assegurar que “só através da iniciativa
privada a economia da região irá crescer”, sendo importante “combater a
ideia que se está perto do ponto de saturação da oferta turística,
afirmando a importância deste setor para a geração de empregos e de
riqueza, baseada na exportação”.